Tem voz e grita muito,
quem não tem nada a dizer,
enquanto o sábio se cala,
tentando compreender.

Como se fazer entender,
e realizar algo notório,
em todo canto é igual,
no campo, palco e escritório.

O capitão do mato,
não usa mais a chibata,
ele saiu do morro,
e veste terno e gravata.

E povo só trabalha,
a história sempre foi essa,
e ainda tem quem questiona,
o menor que pega na peça.

Na pressa de querer crescer,
enriquecer de qualquer jeito,
transforma em terror,
o descaso e o preconceito.

Expõe a realidade,
de toda periferia,
descaso com os ancestrais,
‘liberdade’, cartas de alforria.

A história se repete,
de novo e de novo,
e na TV o jornalismo
que só amedronta o povo.

Emissoras criam padrões,
para agradar a high society
com nível de qualidade,
de novelas e reality.

A ironia e contradição,
com conhecimento escasso,
prostituta se torna santa,
com livro de baixo do braço.

Pode entrar em qualquer templo,
dependendo da sua vestimenta,
ter fé em gesso não pode,
mas comprem a água benta.

Revolta a estupidez,
e a falta de percepção,
de quem vende até a alma,
em troca do cifrão.

Pastor que peca, prega perdão
e move multidões,
e as greves são orquestradas,
para perpetuar grilhões.

Assunto frequente,
são as cotas em universidades,
como se fosse incompetência,
a falta de oportunidade.

País de 3º mundo,
educação obsoleta,
geração alienada,
luta com meme é treta.

Falar é fácil,
difícil é ter conteúdo,
revolução #Hashtag,
querendo mudar o mundo.

Escravidão mental,
se prolifera no Brasil,
onde solidariedade,
é trocar a foto de perfil.

O jogo é sujo aqui,
a lei é omissa,
muda o rosto no governo,
muda a conta na Suíça.

Parlamento corrompido,
com aroma de bueiro,
da direita para esquerda,
muda o bolso que vai meu dinheiro.

O Autor: Kamao Couto

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