A eleição de 2010, a aprovação do orçamento e a fracassada Conferência do Clima, em Copenhague, dominaram as conversas do jantar de fim de ano que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ofereceu ontem aos ministros, na Granja do Torto.

Mesmo sem a presença da chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff - pré-candidata do PT ao Palácio do Planalto, que está gripada -, a sucessão do ano que vem pairou sobre a festa.

Preocupado com as brigas entre o PT e o PMDB na Bahia, o presidente pediu ao ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, que não estique a corda na disputa com o governador Jaques Wagner, candidato à reeleição - Geddel já anunciou que também concorrerá.

Em meio à troca de gentilezas, Lula tentou desfazer o mal-estar provocado há quase um mês, quando declarou que o PMDB deveria apresentar "lista tríplice" para que Dilma escolhesse o pretendente a vice.

Bastante animado, o presidente ficou atento à votação do orçamento pelo Congresso. Soltou um "que bom" quando a proposta - que prevê R$ 29,9 bilhões para as obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) - foi aprovada perto da meia-noite. O PAC será o carro-chefe da campanha de Dilma em 2010.

Já de madrugada, o presidente disse a convidados que se as negociações sobre as mudanças climáticas tivessem começado um mês antes, o acordo de Copenhague teria sido fechado. "Nós fizemos o melhor projeto", afirmou. Por fim, relatou aos ministros a conversa que teve com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que sugeriu a entrada do FMI (Fundo Monetário Internacional) como controlador de um fundo de financiamento para ações de adaptação às mudanças do clima em países em desenvolvimento.