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Cetesb aponta melhora na qualidade do ar no Grande ABC

Em cinco anos houve diminuição de dias
em que a quantidade de ozônio superou padrão

Por Vanessa de Oliveira
do Diário do Grande ABC
14/05/2017 | 07:08
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Celso Luiz 16/12/16


O ar no Grande ABC está mais respirável em quase todo o seu território. É o que aponta o Relatório de Qualidade do Ar da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), publicado anualmente. Comparando os últimos cinco anos (2012 a 2016) houve diminuição de dias em que a concentração de ozônio na atmosfera, medida nas estações de monitoramento da região, superou o valor padrão estadual, de 140 microgramas por metro cúbico.

O relatório avalia ainda a concentração de outros poluentes na atmosfera, como partículas inaláveis finas e em suspensão, dióxido de enxofre, dióxido de nitrogênio e monóxido de carbono. Em Santo André, a estação de Capuava registrou 16 dias com níveis superiores de ozônio em 2012, seis a mais em relação ao verificado no ano passado.

Em São Caetano, a queda observada foi amplamente positiva: de 15 dias em 2012 para apenas três em 2016. Diadema registrou leve queda (de seis para cinco), ao contrário de Mauá, onde a diminuição foi significativa: de 21 a dois.

São Bernardo foi a única cidade da região a registrar alta. A comparação somente é feita a partir de 2014, quando a estação foi instalada no município. Naquele ano, o número de ultrapassagens foi de dez dias. No ano passado, 16 – maior registro do Estado. O nível chegou ao estado de atenção. “O ozônio pode ter se formado a partir de fontes locais de seus precursores ou ter sido proveniente do transporte deste poluente, ou de seus precursores, oriundos de outras regiões”, pontua a Cetesb.

Professor de Química da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Edgard Ferreira explica que o ozônio tem duas facetas. “Ele, na estratosfera, é indispensável para a proteção do planeta porque atua como barreira dos raios ultravioletas. No entanto, quando é formado na troposfera (a camada em que vivemos) é considerado tóxico e afeta a Saúde.”

Responsável pela disciplina de Pneumologia da Faculdade de Medicina do ABC, Elie Fiss exemplifica esses danos. “Estudo de dois anos atrás feito na região mostrou que as pessoas que vivem próximas às zonas industriais têm duas vezes mais doenças respiratórias do que aqueles que moram em áreas residenciais.”

A melhora da qualidade do ar na Região Metropolitana, segundo a Cetesb, pode ser atribuída às condições meteorológicas que influenciaram o regime de chuvas e um inverno mais favorável à dispersão de poluentes. A queda da atividade econômica também é apontada como fator colaborativo para o atual cenário, já que fábricas encerraram atividades ou diminuíram o ritmo da produção – e, consequentemente, poluíram menos.

S.Bernardo frisa fiscalização para combater poluição em seu território

A Prefeitura de São Bernardo afirma que a fiscalização referente à poluição atmosférica é realizada pela seção de fiscalização ambiental da Secretaria de Gestão Ambiental, cabendo à administração “monitorar as atividades licenciadas no âmbito municipal, sendo este um instrumento utilizado para combater e controlar a emissão de gases nocivos à atmosfera”. Ainda segundo o Executivo, em 2015 foram realizados 2.790 atendimentos nesta área e 2.783, em 2016.

Já em âmbito regional, o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC destacou ter publicado, em dezembro de 2016, plano de ação de enfrentamento às mudanças climáticas do Grande ABC e o inventário regional sobre emissões de gases de efeito estufa. “Por meio de um mapeamento dos fatores de emissão e das atividades nas sete cidades, os documentos oferecem subsídios para uma estratégia de enfrentamento à mudança climática no médio e longo prazos”, declarou a entidade, em nota.
 




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