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Seguro ‘camuflado’ encarece prestação
Por Gabriela Gasparin
Especial para o Diário
14/10/2007 | 07:00
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O operador químico Ailton Oliveira, 29 anos, morador de Mauá, paga mensalmente R$ 628 referente às parcelas do financiamento da casa própria que comprou em maio deste ano.

No entanto, ele não sabia que R$ 37 do valor total são referentes aos seguros obrigatórios por morte, por invalidez e por danos do imóvel.

Assim como Oliveira, muitos mutuários não têm conhecimento das taxas que pagam mensalmente para o seguro.

“Quem compra não se atenta muito aos detalhes. Geralmente o consumidor quer saber quanto será pago no total para ver se o valor cabe ou não no orçamento”, afirma João Batista Ferreira, sócio da Guarani Imóveis, em Mauá. “Em vários financiamentos que eu fiz, me lembro de uma única pessoa ter perguntado sobre o valor do seguro.”

No caso de Oliveira, ele até sabia que existia o seguro embutido, mas não tinha idéia do valor que isso representava na mensalidade total. “Eu sei que as outras taxas, além dos juros, são altas, porque do total que pago por mês, apenas R$ 300 são abatidos do saldo devedor”, explicou.

De acordo com Marcelo Donizetti, diretor da Ammesp (Associação dos Mutuários e Moradores do Estado de São Paulo), o ideal é que o valor destinado ao seguro não ultrapasse 3% do valor total da dívida. “Não é o que acontece. Muitas vezes são cobrados valores mais altos”, alertou.

Os bancos calculam o seguro de MIP (Morte e Invalidez Permanente), de acordo com a faixa etária do mutuário. Ou seja, quanto maior a idade, mais alto será o seguro. Já o seguro DFI (Danos Físicos do Imóvel), que cobre incêndios, enchentes, desmoronamentos, entre outros, é calculado sobre a mesma percentagem para todos os consumidores.

“Num financiamento para uma pessoa de 58 anos, a taxa do seguro chega a custar R$ 140”, disse Ferreira, da Guarani Imóveis.




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