Desde seu lançamento, em outubro de 2003, 142.938 unidades da Chevrolet Montana foram emplacadas no Brasil, de acordo com a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores). Durante esses pouco mais de seis anos, a picape compacta derivada da segunda geração do Corsa continua com a mesma cara - com mais rugas devido à idade - , mas ainda com fôlego de sobra para levar à lona a renovada concorrência.

Neste embate de picapinhas, colocamos frente a frente a Montana Sport, agora equipada com motor 1.4 Econo.Flex - antes a versão oferecia apenas coração 1.8 Flexpower -, a nova Volkswagen Saveiro Trend 1.6 Total Flex e a Fiat Strada Trekking 1.4 Flex - todas cabine simples. E por apresentar o melhor custo-benefício - mesmo sendo mais cara - e a maior caçamba, a experiente Montana superou a concorrência, mostrando que apesar de um pouco ultrapassada, ainda dá conta da molecada.

CUSTO-BENEFÍCIO - Partindo de R$ 38.351, a representante da Chevrolet é a mais cara em comparação às adversárias - a Strada Trekking custa R$ 33.980 e a Saveiro Trend, R$ 32.155. No entanto, apesar da significativa diferença, a Montana chega completinha de série, recheada de itens que o consumidor um pouco mais exigente faz questão de ter: capota marítima, ar-condicionado, travas e vidros elétricos, rodas de liga leve de 15 polegadas, janela traseira corrediça e direção hidráulica.

Aí vem a pergunta: "E se eu preferir ter uma Montana mais barata, já que não faço questão do luxo?" A resposta é simples. Peça a versão Conquest (R$ 28.776) ou Arena (R$ 34.693) - ambas com propulsor 1.4 flexível.

A Saveiro, mais barata das três envolvidas, chega, ao contrário da Montana, bastante pelada. Sem equipamentos de relevância. Para ter, por exemplo, travas e vidros elétricos, direção hidráulica, rodas de liga leve de 15 polegadas e ar-condicionado, o futuro proprietário é obrigado a desembolsar mais R$ 6.385, elevando o valor para R$ 38.540 - diferença mínima de R$ 189.

A Strada, por sua vez, também fica mais cara quando equipada com os mesmos itens da Montana. O preço da Fiat pula para R$ 41.107 - diferença de R$ 2.756.

OPCIONAIS - É importante ressaltar que as representantes da Volkswagen e da Fiat levam importante vantagem sobre a Chevrolet: a listas de opcionais.

Enquanto a Montana não conta com nenhum opcional - apenas acessórios que podem ser instalados nas concessionárias -, Saveiro e Strada trazem muitas opções, como air bag duplo, freios ABS e CD player com MP3. No caso da picape da Volks há também sensor de estacionamento traseiro.

Montana tem maior caçamba e entrega bom desempenho

Apesar da versão chamar-se Sport, a Montana é a mais talentosa para encarar o trabalho pesado de segunda a sexta-feira - e curtir uma viagem à praia no fim de semana. Segundo a Chevrolet, a caçamba da picape tem capacidade para 1.143 litros. É a maior da categoria. A capacidade de carga é de 722 quilos. A Strada aparece em segundo com 1.100 litros e 705 quilos; e a Saveiro carrega 924 litros e 715 quilos.

DESIGN - Em termos de design, a Saveiro nada de braçada. Renovada no início do segundo semestre deste ano, a Volks adquiriu o DNA vencedor do irmão famoso Gol e ficou mais robusta, musculosa. A Strada também traz visual atual e que agrada a muitos. Tem seu público. A Montana é a mais envelhecida. Está na cara. Mas, por incrível que possa parecer, ainda arranca alguns suspiros.

DESEMPENHO - A Saveiro volta a mostrar superioridade nos quesitos desempenho e dirigibilidade. Com motor 1.6 Total Flex de 104 cv de potência e torque de 15,6 mkgf a 2.500 rpm, a picapinha da Volks tem saúde de sobra para encarar a cidade e a estrada. Destaque para a incrível dirigibilidade mesmo com a caçamba carregada de vento. A suspensão com acerto rígido garante a Saveiro na mão do motorista. A transmissão manual de cinco velocidades com engates fáceis e precisos também é digna de elogio.

A Montana também faz bonito. Apesar de 1.4, o Econo.Flex é valente. Entrega 105 cv de potência e 13,4 mkgf a 2.800 rpm - abastecida com combustível vegetal. Também com suspensão firme, a dirigibilidade é muito boa. O câmbio, no entanto, não tem a mesma eficiência. Nem todos os engates são precisos. Tem o que melhorar!

Na Strada, são apenas 86 cv e torque de 12,5 mkgf a 3.500 rpm. Comparada à concorrência, é nítida a inferioridade do modelo. A suspensão, voltada para o conforto, compromete um pouco a dirigibilidade, já que a inclinação da carroceria nas curvas é facilmente percebida. A transmissão também não apresenta a precisão ideal.

INTERIOR - O espaço interno da Montana é melhor. Apesar de ser considerada cabine simples, ela traz um espaço a mais que abriga muito bem algumas sacolas de supermercado ou mesmo uma bagagem de mão. O acabamento é honesto. Peças plásticas nas cores preta e prata têm encaixes adequados e não revelam rebarbas. O banco do motorista tem ajuste de altura.

A Saveiro não entrega o mesmo espaço que a Montana. Mas no acabamento as semelhanças são muitas. Plástico de qualidade por todos os lados e encaixes precisos. Há também ajuste de altura do banco do motorista em ambas. O mesmo não pode ser dito para a Strada. As peças apresentam rebarbas e os encaixes, folgas. Não há regulagem de altura do banco do motorista. É preciso aprimorar!