ANTROPOLESCÊNCIA
É sempre tão difícil crescer
Mudanças de todo tipo
Quase impossível compreender
O que está acontecendo com você
O primeiro amor
Tão doce, tão puro
Tão doloroso, tão inseguro

A menina se torna mulher e ‘aquilo' acontece. Tão irritante, tão instigante
E a mãe melodramática a se lamuriar:
- "Minha menina agora é mocinha"
A garota, assim que cresce diz:
- "Já não sou criança. Quero ir dançar!"
E a mãe contrafeita toda suspeita:
- "Não vai para a boate nem pensar"
E o pai resmungão:
- "Venha às dez, nenhum minuto mais"
O namorado com a resposta ensaiada:
- "Ninguém fará mal a sua filha amada"
Em pensamentos, no entanto: "É só mais uma namorada"

E as meninas a conversar:
- "E aí, como foi?"
- "Ah, nada de mais."
- "Como assim? Doeu?"
- "Nem pensar! Foi rápido e fácil."
- "Quanto tempo?"
- "Um minuto."
- "Nossa, que rapidez!"
- "Foi de uma só vez. Tinha fila atrás."
- "É, vacinação é uma droga. Mas depois do reforço, não tomo nunca mais!"

Tantos problemas, tantas tentações
Tantos sentimentos e emoções
Um turbilhão de sensações
Às vezes é difícil
As drogas dizer não
Depois de experimentar
Tudo vira alienação

Quando saimos dessa fase
São tantas a recordações
Boas ou ruins, não importa
São partes de sua alma
Pedaços de sua vida
Que não mais voltarão

PROTEÇÃO
Correntes que pesam e me prendem
Que me impedem de abrir asas e voar
De correr e seguir rumo ao mar
O pano negro
Que venda e bloqueia minha luz
Que me prende na escuridão

As imagens que marcam a ferro
Tão reais que parecem memórias
Tão assustadores que parecem histórias
As palavras que ferem e torturam
Que matam e morrem engasgada
Que pesam várias toneladas

O branco manchado de sangue
O anjo morto a facadas
O Demônio disfarçado de Lei,
de Homem e do Senhor
Zelo de mãe, cadeia se torna
Cuidado de pai em ingênuo transforma

Você que sabe ler e escrever, que pode se expressar como bem entender
Responda: Consegue diferenciar
o Bem do Mal?

Meu sonho é viajar pelo mundo e conhecer o máximo de culturas possíveis. Adoro ler. Meus livros preferidos são A menina que roubava livros, Noturno e Dragões de Éter. Gosto de escrever sobre tudo: coisas tristes e felizes, para refletir e para rir. Também adoro esportes radicias. Já fiz rafting, cascading, rapel e arvorismos gigantes. Meu Twitter é @gabi_books.
Gabriella Lalli, 12 anos, de São Bernardo