Três homens armados trancaram uma funcionária dentro de uma sala e roubaram cerca de 60 celulares e pelo menos dez câmeras digitais, na tarde de ontem, na loja da Casas Bahia localizada na Avenida São José, região central de Diadema. O local fica a menos de 50 metros da portaria do batalhão da Polícia Militar da cidade.

A ação do bando foi ousada. Por volta do meio-dia, um dos integrantes da quadrilha entrou na loja e pediu à vendedora para ver modelos de celular. A funcionária mostrava os aparelhos quando o criminoso sacou a arma e anunciou o assalto.

A mulher foi levada para o depósito, onde foi trancada. O ladrão chamou os dois comparsas, que estavam disfarçados observando outros eletrodomésticos da loja, para ajudá-lo a pegar os aparelhos de celular e máquinas digitais, valendo-se do fato de o mostruário estar com o cadeado destrancado.

Os policiais civis do 1º DP (Centro) da cidade, onde o caso foi registrado, terão dificuldade em apurar o caso. Apesar de ser um dos principais pontos da rede da Casas Bahia no Grande ABC, a loja não dispõe de câmeras para identificar os envolvidos no assalto.

Os próprios funcionários demoraram para perceber o que tinha ocorrido. Discretos e ágeis, os criminosos atuaram sem chamar a atenção de quem estava em volta, impedindo assim que o alarme fosse acionado e evitando que características de como fugiram e descrições de possíveis carros utilizados fossem dadas aos investigadores.

"Infelizmente isso é coisa que acontece", disse a funcionária, rapidamente, na porta da delegacia, ainda assustada com o que sofrera e receosa com a atitude dos patrões caso conversasse com a equipe do Diário.

Por enquanto, as únicas pistas que a polícia tem são de testemunhas que viram os homens correndo já na parte exterior da loja. Segundo funcionários, que preferiram não se identificar, não é comum a loja sofrer assaltos, mas há tentativas de se furtar objetos, principalmente celulares, que são menores e mais fáceis de esconder.

Na ação de ontem, os criminosos foram eficazes em levar aparelhos considerados modernos, como smartphones, consideravelmente mais caros. "Quase sempre alguém coloca dentro da bolsa, tenta dar uma de perdido. Mas os vigilantes sempre veem o que acontece. Nunca apareceu ninguém armado, nem fazendo ameaças e deixando funcionários trancados", afirmou um dos vendedores do local.

O calibre e o modelo da arma usada pelos criminosos não foram identificados pela funcionária, que ainda estava nervosa pelo ocorrido mesmo após o registro do caso na delegacia.