A Volkswagen vai investir R$ 65 milhões na área de ferramentaria da fábrica de São Bernardo, nos próximos quatro anos, para a modernização dos equipamentos. No aporte, está incluída a compra de seis máquinas, de última geração, vindas da Alemanha, que vão tornar essa seção da companhia mais competitiva em relação a outras unidades fabris no mundo, e também o treinamento de pessoal.

A informação foi dada pelo coordenador geral da representação do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC dentro da empresa, José Roberto Nogueira da Silva, o Bigodinho. A montadora foi procurada, mas não retornou as ligações para falar sobre o investimento.

A ferramentaria - ramo da metalurgia que cria, desenvolve e fabrica ferramentas, como, por exemplo, moldes para a produção de peças como volantes, painel etc - é considerada estratégica. Isso porque, além de demandar profissionais bem qualificados, a atualização dessa atividade permitirá à empresa se tornar mais competitiva no desenvolvimento de projetos para o País e para outras partes do mundo.

E os recursos vieram após negociação entre os representantes dos empregados e a montadora, o que incluiu visita da comissão de fábrica à Alemanha no início do ano para conhecer aquela área da matriz e também para discutir o volume de investimentos, citou Bigodinho. Depois das conversas, o dirigente assinalou que a direção mundial já deu sinal verde, em setembro, para que o aporte seja realizado.

A revitalização da ferramentaria da unidade Anchieta também passará, segundo o dirigente, pelo aprimoramento técnico dos profissionais. Atualmente, 630 pessoas trabalham nessa área e a meta, acertada com a companhia, é aprimorar a célula de aprendizagem avançada do Senai nessa seção da fábrica para melhor aproveitamento dos alunos dessa escola.

Atividade tem destaque dentro do segmento

Dentro das regras do novo regime automotivo, programa do governo federal anunciado na quinta-feira e que entrará em vigor no início de 2013, estão a de que as fabricantes de automóveis e comerciais leves cumpram, no primeiro ano, seis de um total de 12 etapas fabris para se habilitarem a não ter o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) elevado em 30 pontos percentuais. Dessas etapas, diversas delas têm relação com a ferramentaria: a estampagem necessita de ferramental para dar forma (corte, dobra e relevo) ao metal; e a injeção de plástico, que exige um molde (ou seja, um tipo de ferramenta para a produção em série da peça nesse material).

Em razão da importância da atividade, além de negociar o novo investimento, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC participa de projeto para organizar um polo de pequenas empresas do setor na região.