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Proposta da Pirelli é aceita em assembleia

Empresa vai reajustar os salários em 6,5% e pagar participação nos lucros de até R$ 11 mil

Por Pedro Souza
do Diário do Grande ABC
03/06/2014 | 07:07
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Nario Barbosa/DGABC


Os funcionários da unidade de Santo André da fabricante de pneus Pirelli desistiram de entrar em greve. Ontem, em assembleia, aceitaram a proposta da empresa de reajuste salarial de 6,5%, com o mesmo percentual no piso, que vai atingir R$ 1.200, e PLR (Participação nos Lucros e Resultados) de R$ 10 mil para 100% de metas concluídas, e de R$ 11 mil para 110%.

Na quinta-feira, em assembleia, os trabalhadores negaram a proposta em duas votações seguidas. Porém, conforme declarou o presidente do Sindicato dos Borracheiros da Grande São Paulo e Região, Márcio Ferreira, “os funcionários sempre sofrem pressão na fábrica.” Para ele, o medo de serem demitidos, caso entrassem em greve, fez com que os trabalhadores alterassem sua postura. A entidade tinha pedido para a empresa reajustes de 10% e PLR de R$ 13 mil.

A Pirelli avaliou que “a votação foi livre e expressou a opinião dos funcionários”. A empresa mantém, segundo o sindicato, cerca de 3.000 trabalhadores na planta fabril de Santo André. No ano passado, o aumento salarial conquistado foi de 6,95% e, a PLR, de R$ 9.000. Ferreira destacou que, neste ano, as negociações duraram dois meses. A data base da categoria é 1º de junho.

ACIDENTADOS - Ferreira calcula que hoje, na Pirelli, existam cerca de 200 trabalhadores que são reabilitados devido a doença ou acidente do trabalho. Pela cláusula 28 do acordo coletivo da categoria, eles têm estabilidade até a aposentadoria, sem alteração salarial ou de benefícios.

Porém, alguns deles, que voltaram à fábrica por não poderem mais exercer as mesmas funções, acabaram direcionados a outras áreas que tinham vagas, mas com atividades bem diferentes das que estavam acostumados.

Foi o caso do operador de cortadeira Fernando Carmo Moineti, 47 anos. Depois de entrar na lista dos reabilitados, contou que foi direcionado a servir café e pintar faixas na unidade. “É muito humilhante”, desabafou. O técnico em almoxarifado Adriano Nestor de Almeida, 40, também passa por situação semelhante. “Fui colocado na portaria.”

Ferreira disse que, infelizmente, os reabilitados são remanejados para áreas em que há demanda. “Mas têm vários que até vêm para a fábrica e nem trabalham.” 




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