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O que fazer quando um passarinho aparecer no seu quintal

É importante pesquisar as características da ave para saber como cuidar dela até estar pronta para voltar à natureza

Caroline Ropero
Do Diário do Grande ABC
22/12/2013 | 07:00
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Dois filhotes de maritaca apareceram no pátio da Emeief Professora Terezinha Monteiro Barros Nosé, em Santo André. Funcionários da escola acreditam que caíram do ninho ou se perderam dos pais. Com medo de que não sobrevivessem, uma professora os levou para casa para oferecer os cuidados necessários e depois os soltou.

Certa vez, a aluna Eduarda Medau, 10 anos, cuidou de um bem-te-vi mordido por um cão. “Pesquisei as características dele no Google e descobri que comia alpiste. Depois, coloquei perto de uma árvore com comida em uma caixinha.” Ela acredita que a ave voltou para o ninho, pois não a viu mais.

Segundo especialistas, Eduarda fez do jeito certo. Após pedir auxílio a um adulto, é importante buscar informações sobre o animal, pois cada espécie tem características próprias. O bem-te-vi, por exemplo, come insetos, enquanto a maritaca prefere frutas e sementes. Já o periquito gosta de grãos e sementes de girassol.

Depois de cuidar, o ideal é tentar devolvê-lo ao ninho ou colocar em caixa de sapato perto do local em que se perdeu. Assim, os pais podem encontrá-lo. Se não for possível, ligue para o Centro de Zoonoses ou Polícia Ambiental (0800-11-3560).

Mateus Capellari, 10, já devolveu um bem-te-vi à natureza. “Entrou na lavanderia e ficou assustado porque não conseguia sair de lá. Peguei e o coloquei perto das árvores.” O garoto teve vontade de ficar com a ave, mas sabia que não era correto, pois o animal – acostumado com a liberdade – não se adaptaria à gaiola. “Alguns não conseguem se desprender de seu habitat”, diz Gabriel Santos, 10. Andressa Boer, 9, também já encontrou um pássaro dentro de casa. “Ele estava assustado, mas saiu pela janela.”

Animal silvestre não deve ser domesticado

Não pode levar animais silvestres, como a maritaca, para casa com o objetivo de criá-los como bicho de estimação. É crime domesticá-los sem permissão do Ibama. Há exemplares de espécies silvestres nascidos em cativeiros de criadores autorizados a vendê-los. Quem comprar aves desses lugares deve exigir nota fiscal com nome da espécie, número de identificação e conferir se está com anelzinho na pata ou microchip sob a pele.

Mas mesmo que o pássaro não seja silvestre (como a calopsita) é importante adquiri-lo de um criador conhecido. Assim, saberá que a ave está acostumada a viver na gaiola e perto de humanos. Thomas da Silva, 10 anos, adora animais e curtia tratar da calopsita da família, que morreu de velhice. “Colocava comida toda manhã e trocava a água.”

Saiba mais

Animal silvestre é nativo de determinado país ou região e vive livre na natureza sem intervenção do homem. O telefone para denunciar o tráfico de espécies é: 0800-61-8080.

Se o bicho achado foi maltratado, levou choque ou está com asa ferida, também pode chamar os bombeiros pelo 193.

Consultoria de Guilherme Renzo Rocha Brito, ornitólogo do Museu Nacional / UFRJ. 




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