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Cartões-postais de protesto
Everaldo Fioravante
Do Diário do Grande ABC
22/12/2005 | 09:20
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A Prefeitura de Santo André já anunciou a recuperação do casarão dos anos 20 localizado no número 414 da rua Campos Sales, na área central da cidade. É o prédio que funciona como sede da Casa do Olhar Luiz Sacilotto, instituição voltada à pesquisa e divulgação de arte contemporânea, e que foi fechado em março passado quando, por conta de fortes chuvas, transformou-se em local inseguro. As atividades foram então transferidas para a Casa da Palavra. Mas mesmo após o anúncio do poder público – abertura no próximo dia 29 da licitação para a recuperação do espaço –, um grupo de artistas que freqüenta a Casa do Olhar realiza uma manifestação.

O protesto se dá por meio do envio de sete diferentes modelos de cartões-postais para artistas, instituições e outras pessoas envolvidas com a área cultural do Grande ABC. Os promotores da manifestação são sete integrantes do Núcleo de Artes Plásticas da Casa do Olhar.

Os cartões, reproduzidos em pequena tiragem, são enviados sem nome de remetente e com selos em que figuram obras desaparecidas de Candido Portinari. Eles trazem ilustrações criadas pelos próprios manifestantes. Numa delas aparece uma fotografia de um detalhe arquitetônico do casarão.

No verso, a única identificação de remetente é “Amigo da Casa do Olhar”. Traz ainda frases como “De resguardo...”, “Impresso no Brasil, infelizmente” e “Em Santo André, visite a Casa do Olhar”.

Uma das manifestantes é a artista plástica Cris Suzuki: “A intenção com os cartões-postais é se manifestar em prol da Casa do Olhar, mostrar que estamos atentos, acompanhando a história da recuperação do prédio. Queremos a Casa em pé”.

O protesto, prossegue Cris, segue a mesma linha das manifestações realizadas anteriormente pelos integrantes dos núcleos de fotografia e de artes plásticas da Casa do Olhar. Como exemplo, o dia em que o prédio foi envolvido com tecido preto, uma simbolização de luto feita logo após o fechamento do casarão.

No projeto de restauro do edifício, orçado em R$ 700 mil, consta também o rebaixamento do piso do porão, onde será construído um laboratório de fotografia em preto-e-branco, salas para a realização de oficinas culturais e espaço climatizado para acondicionamento de obras de arte. Prevê ainda a construção de banheiro e rampa de acesso para portadores de deficiência física.

Segundo o diretor do Departamento de Cultura da cidade, Alberto Alves de Souza, a previsão de início do restauro é março do próximo ano, com conclusão até dezembro.




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