Desde minha primeira coluna aqui no Diário, deixei claro que Fernando Alonso é, para mim, o melhor piloto da Fórmula 1 na atualidade. É um dos poucos - o outro seria Kimi Raikkonen - que consegue fazer uma leitura precisa da corrida e vencer mesmo com um carro visivelmente inferior ao dos concorrentes. Neste ano, no entanto, o espanhol da Ferrari parece ter se divorciado de alguém que sempre o acompanhou. Alguém que o fez vencer corridas e conquistar títulos. Estou falando da essencial sorte.

E o GP do Bahrein, disputado no último fim de semana, é prova disso. Por causa de um problema no fechamento da asa traseira, Alonso teve a estratégia prejudicada e foi obrigado a não abri-la nas retas, prejudicando sensivelmente seu rendimento. Resultado: heróica oitava posição.

Agora eu pergunto: qual foi o último piloto a ter um problema de abertura/fechamento do aerofólio? Aceito e-mails com uma resposta...

E para acentuar ainda mais o azar - ou melhor, a falta de sorte - do asturiano, Sebastian Vettel, principal adversário na disputa pelo campeonato, venceu a etapa árabe com a maior tranquilidade, atingindo 77 pontos, 30 a mais que Alonso. Na segunda posição ficou Raikkonen, agora mais vice líder do que nunca, com 67 pontos - dez a menos que Vettel e 20 a mais que o espanhol, quarto colocado.

Aliás, no GP da Malásia - segunda etapa do Mundial -, o piloto número ‘1' da Ferrari enfrentou azar semelhante. Bateu logo na primeira volta e assistiu dos boxes o rival da Red Bull vencer.

CW-5Ao contrário do ano passado, quando levou a disputa do título até a última corrida - GP do Brasil - pilotando uma banheira vermelha, Alonso, em 2013, tem um carro competitivo. Já deu sinais que está com muita fome de voltar a ser campeão. No entanto, a sorte, que em outras oportunidades o ajudou tanto, parece tê-lo abandonado. E sorte, caro asturiano, não se compra na lojinha da esquina.

MASSA NA GRELHA

Na última semana, escrevi no blog Diário de Velocidade (www.diariodevelocidade.blogspot.com) sobre a situação incômoda que Felipe Massa já vive na Ferrari. Com contrato somente até o fim desta temporada, o brasileiro tem se mostrado um leão de treinos livres - vira e mexe é o mais rápido, e constantemente fica à frente do companheiro Fernando Alonso -, mas pouco eficiente na hora do vamos ver.

Ainda não subiu ao pódio, enquanto o espanhol já venceu uma corrida. No Bahrein foi apenas o 15º. E no campeonato é o sexto, com 30 pontos - 47 atrás de Vettel e 17 de Alonso.

Para complicar a situação, Stefano Domenicali, chefe da Ferrari, andou rasgando elogios ao piloto francês Jules Bianchi, que faz elogiável início de temporada pela fraquíssima Marussia.E, convenhamos, uma renovação cairia como uma luva para a escuderia de Maranello.

SURPRESA BOA

O GP do Bahrein revelou uma grata surpresa: a Force India. A equipe asiática mostrou excelente rendimento, andando entre os primeiros com propriedade nos treinos e no início da prova. No Mundial de Construtores é a quinta colocada, três pontos à frente da McLaren. Um pódio já é muito merecedor.

Webber quer mais

O australiano Mark Webber deu a entender ontem que não deixará a Fórmula 1 ao final da temporada, como muitos apostam. "Acho que ainda tenho alguns anos pela frente", disse o piloto da Red Bull de 36 anos e 200 GPs disputados.

Hamilton expulso

O inglês Lewis Hamilton revelou que durante os testes de pré-temporada em Jerez de la Fronteira, na Espanha, foi visitar os antigos amigos da McLaren e acabou sendo expulso dos boxes pelo diretor-esportivo do time, Sam Michael.

Kubica ensaia

O jornal britânico ‘Bild' publicou ontem que piloto Robert Kubica testou o simulador de Fórmula 1 da equipe Mercedes. Afastado da categoria há mais de dois anos devido grave acidente, o polonês não esconde a vontade de voltar à F1.

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Marcelo Monegato é editor de

Automóveis do Diário do Grande ABC