Setecidades Titulo Pandemia
Na região, um a cada 50 teve o coronavírus

Ao todo, 55.278 dos 2,8 mi de habitantes já se infectaram; imunidade de rebanho está distante

Por Flavia Kurotori
Do Diário do Grande ABC
31/08/2020 | 00:02
Compartilhar notícia
Pixabay


Cerca de 2% da população do Grande ABC já foram diagnosticadas com o novo coronavírus. Isso significa que uma a cada 50 pessoas foi infectada. Dados das prefeituras indicam que a região soma 55.278 casos entre os 2.807.712 habitantes estimados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O número de contaminados pode ser maior, mesmo com os programas de testagem em massa das administrações, pois o CDC (Centro para Controle e Prevenção de Doenças), dos Estados Unidos, estima que ao menos 35% dos infectados são assintomáticos.

Na avaliação de Renato Grinbaum, infectologista e professor do curso de medicina da Unicid (Universidade Cidade de São Paulo), um dos fatores que ajudaram a segurar a quantidade de casos foi a quarentena. “Fizemos um isolamento que funcionou porque o objetivo não era fazer a doença não ocorrer, mas fazer com que ela ocorresse mais lentamente para não sobrecarregar o serviço de saúde”, explicou.

Desta maneira, a imunidade em rebanho, ou seja, quando o número de pessoas imunes a uma infecção chega a um nível que freia sua disseminação, está distante para as sete cidades. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o fenômeno deve ocorrer apenas quando ao menos 65% das pessoas de determinada localidade se contaminarem.

Dúvida que permeia a Covid-19 é o período de imunidade após a pessoa se contaminar pela primeira vez. Carlos Quadros, infectologista do HMCG (Hospital e Maternidade Christóvão da Gama), assinala que ela pode durar meses ou anos, uma vez que vírus “primos” do coronavírus imunizam por no máximo dois anos, enquanto que a Sars-Cov-1 tem imunidade mais duradoura. Em todo o mundo, são quatro casos confirmados de reinfecção com intervalo de meses. O HC (Hospital das Clínicas), na Capital, investiga sete pacientes e, em São Bernardo, a anestesiologista Jussara França Resende, 50 anos, afirma ter contraído a doença duas vezes – em março e neste mês.

Por este motivo, a vacina ainda é a melhor esperança para conter o avanço do coronavírus. “A preocupação é a de que esta pandemia não tenha outras ondas. Ela vai acontecer no mundo inteiro, mas a ideia é que o agravo dela seja minimizado no decorrer do tempo”, afirmou Flavia Biscaia, coordenadora do curso de enfermagem da Anhanguera Industrial. A especialista adiciona que, para que isso ocorra, é essencial incentivar a vacinação, desmentindo as fake news, e esclarecendo temores que cercam o tema.

Levantamento do TCE (Tribunal de Contas do Estado), publicado pelo Diário em julho, apontou que a região testa, em média, 54 a cada 1.000 habitantes. Após examinar um terço da população, São Caetano é a cidade com maior número de testes – cerca de 233 a cada 1.000 moradores. Por outro lado, Mauá é o município com o menor índice, de três exames por 1.000 habitantes. A testagem é essencial para frear a pandemia, já que estudos indicam que os assintomáticos são responsáveis por até 60% das transmissões. 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;