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TRF-3 marca data para analisar ação contra Atila na Prato Feito

Justiça Federal avaliará dia 20 pedido do MPF para investigação formal contra prefeito de Mauá por ocultação e lavagem de dinheiro

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
05/08/2020 | 15:21
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Claudinei Plaza/DGABC


Atualizada às 22h35

O desembargador federal Mauricio Kato, do TRF-3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região), incluiu na pauta do dia 20 o pedido do MPF (Ministério Público Federal) para abrir processo formal contra o prefeito de Mauá, Atila Jacomussi (PSB), por lavagem de dinheiro e ocultação de bens. Se a Justiça Federal acatar a denúncia do MPF, Atila vira réu no âmbito da Operação Prato Feito.

O despacho foi assinado ontem pelo desembargador. O MPF ajuizou em junho de 2018 a ação contra Atila, com base em inquérito conduzido pela PF (Polícia Federal), que já havia indiciado o socialista.

Atila foi um dos alvos principais da Operação Prato Feito, deflagrada em maio de 2018. Ele foi acusado pela PF e pelo MPF de liderar esquema em Mauá de desvio de recursos públicos em contratos da merenda escolar, em operação capitaneada pelo então secretário de Governo, João Gaspar (PCdoB). Na casa de Atila, durante cumprimento de mandado de busca e apreensão, os policiais encontraram R$ 87 mil em dinheiro vivo escondidos em panelas na cozinha do político. Na residência de Gaspar, foram achados outros R$ 588,4 mil e US$ 1.300, além de quase 3.000 euros.

À ocasião, o MPF discorreu que denunciou Atila por ocultação e lavagem de dinheiro “uma vez que os denunciados foram presos em flagrante delito ocultando grande quantia em dinheiro proveniente de infrações penais. Já os crimes de fraude em licitações e corrupção estão sendo apurados em inquéritos policiais com diligências ainda em andamento”.

Atila ficou preso até junho daquele ano, solto por força de habeas corpus concedido pelo ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal). Em dezembro, outra operação policial, a Trato Feito, desdobramento da primeira, levou o socialista de volta à prisão – ele foi acusado de desviar recursos de outros contratos da Prefeitura para pagar mensalinho a vereadores da base e a empresários da cidade. O socialista foi solto em 2019, retornou à cadeira em setembro.

O prefeito de Mauá nega todas as acusações. Especificamente sobre o dinheiro encontrado em sua casa, alegou à época que se referia a valores de pensão recebidos pelo filho Iago.

A defesa de Atila disse que “aguardamos o julgamento designado e, em razão da inexistência de qualquer prova de ilicitude, confiamos que o tribunal irá rejeitar essa acusação, como medida de lídima (legítima) Justiça. Inobstante o tempo transcorrido, a inocência do prefeito será comprovada e declarada em todos os processos, evidenciando que a temeridade e inidoneidade das vinculações de seu nome nas operações realizadas”.




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