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Investidor some do São Caetano

Fernando Rocha Garcia desaparece e Azulão promete entrar com ação no
valor de R$ 8 milhões contra o empresário, que tem histórico de problemas

Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
23/07/2020 | 23:53
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Dérek Bittencourt/DGABC


O São Caetano está em busca de novo investidor. Mais do que isso: o Azulão vai acionar na Justiça Fernando Rocha Garcia, que há três semanas acertou quitar os passivos para assumir a gestão do futebol. Isso porque o empresário desapareceu, não atende ou retorna ligações e parece, inclusive, ter trocado o número do telefone. A ação contra ele, prevista no documento que assinou com o clube, é de R$ 8 milhões. Hoje, por outro lado, dirigentes podem fechar com outro grupo de investidores – que nada tem a ver com o ex-parceiro Saul Klein.

Fonte do clube, que pediu para não ser identificada, não escondeu a chateação com o rumo daquela que se desenhava uma próspera parceria, que quitaria a dívida do clube, na casa dos R$ 20 milhões, sanando salários atrasados e pendências. “Ele sumiu. (No início) Era cada dia uma desculpa. A condição era pagar as contas e não pagou nem um café. Foram só promessas”, lamentou.

Este enredo não é surpreendente para quem diz já ter caído em golpe aplicado por Fernando Rocha Garcia no passado. Em 2007, ele e um sócio fundaram o Balneário Camboriú FC-SC. No começo, só alegrias. Contratou o bicampeão mundial pelo Santos e pela Seleção Brasileira Pepe, como consultor técnico, e seu filho, Alexandre Macia, o Pepinho, para ser o técnico. Deu carta branca para montagem do elenco, boas estruturas para morar (hotel) e se alimentar. E, quando a bola rolou, o time respondeu: cinco jogos e cinco vitórias. Porém, simultaneamente, começaram faltas de pagamento e desculpas. Quando, de repente, disse que viria a São Paulo buscar verba com patrocinador e desapareceu, mesmo com o time realizando grande campanha e liderando a Segunda Divisão do Catarinense.

“Prometeu, prometeu e um belo dia sumiu. Frustração incrível. Chamamos atletas que eu conhecia. Eram famílias envolvidas”, recordou Pepinho. “Quando ele (Fernando) sumiu, a gente teve de ir embora. Hotel e restaurante estavam sem pagar há três meses, tudo fiado. Nos dizia que investidor o deixou na mão. Foi situação caótica. Fugiu. Não atendia. Mudou número. Então a gente abandonou”, disse. “Clube nasceu e morreu invicto”, brincou.

REINCIDENTE
E não foi a primeira investida do empresário no Grande ABC. No ano passado, ele se aproximou do São Bernardo FC, que também passava por problemas financeiros e usou de prática similar a esta à qual tentou aplicar no Azulão.

“Ele (me) foi apresentado por um amigo do futebol. Demonstrou muito interesse. Não fez grandes exigências e tinha pressa em assinar a compra de um percentual do clube, majoritário. Ele havia se comprometido, através de um termo de intenções, a fazer um aporte. Não o fez e nós já espanamos (ele). Liguei para ele e pedi para sumir daqui de São Bernardo. É um golpista”, revelou o presidente de honra do Tigre, Edinho Montemor, que declarou ter entrado em contato com os dirigentes são-caetanenses para avisá-los sobre quem era Fernando.

“Ele ilude profissionais e dirigentes que estão com dificuldades financeiras, se veem seduzidos por uma solução e acabam se envolvendo com pessoa que não tem a menor condição e capacidade de dirigir um clube. É triste, mas é a realidade do futebol. Os clubes têm dívidas e aparecem oportunistas como este”, disse Pepinho.

O Diário tentou contato com o empresário durante todo o dia, sem sucesso. 




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