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Grande ABC espera aval do Estado para início de flexibilização

Doria anuncia hoje se região vai para Fase 2 de plano de retomada econômica depois de recontagem de índices e abertura de leitos

Por Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
10/06/2020 | 00:01
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Divulgação


Os prefeitos do Grande ABC veem com otimismo a possibilidade de o governo do Estado, gerido por João Doria (PSDB), anunciar hoje a reclassificação das sete cidades dentro do Plano São Paulo de reabertura econômica, passando da Fase 1 (vermelha), de restrição máxima, para a Fase 2 (laranja), na qual se permite início da flexibilização de atividades com restrições. O Consórcio Intermunicipal requereu junto ao Palácio dos Bandeirantes recontagem da capacidade hospitalar e do índice de novos registros e mortes na região.

Em caso de avanço, seria o primeiro passo formal para retomada gradual da economia, ainda que alguns municípios do Grande ABC tenham autorizado no sábado a liberação de escritórios e concessionárias, na esteira da Capital. O aval daria garantia jurídica diante da confusão estabelecida desde o fim de semana – a partir de ações do Ministério Público, a Justiça determinou o recuo deste cenário em São Bernardo e Diadema, mas liberou Santo André e Rio Grande da Serra, que, assim como São Caetano, sustentam a medida.

O governo Doria tem sinalizado que o Grande ABC, além de outras regiões, a exemplo da Baixada Santista, melhoraram os números em relação há duas semanas, quando ficaram fora da alteração, que contemplou apenas São Paulo no contexto da Região Metropolitana, sob justificativa de critérios de cálculo estabelecidos na saúde. Na oportunidade, a decisão criou frustração nos prefeitos. Situação ainda não esclarecida pelo Estado é se o anúncio do tucano irá permitir, em caso de confirmação, a passagem para a faixa laranja já amanhã ou só dia 15, quando vence a atual quarentena.

O prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB), sustentou que está “muito seguro” que a cidade, bem como o Grande ABC, atende os requisitos exigidos no decreto estadual, incluindo taxa de ocupação de leitos, leitos de UTI (Unidades de Terapia Intensiva) por 100 mil habitantes e redução da curva de novos casos, internações e mortes nos últimos sete dias. Para o tucano andreense, a migração tende a ser imediata.

De acordo com levantamento do Diário, baseado nos dados oficiais dos boletins das prefeituras, a divisão do número de casos de uma semana atrás com o cômputo registrado ontem, em toda a região enquadraria a região na Fase 2. O mesmo prisma se aplica ao índice de óbitos. O Estado assegurou ontem, em reunião com prefeitos da região, 25 novos leitos de UTI destinados ao tratamento de Covid (confira mais na página 1 do caderno Setecidades). Nos últimos dias foram entregues mais 100 respiradores.

Presidente do Consórcio Intermunicipal e prefeito de Rio Grande da Serra, Gabriel Maranhão (Cidadania) reiterou que há perspectiva positiva sobre a reclassificação. “Houve inúmeros erros de informação. Fruto de reunião das nossas equipes de saúde, do Grande ABC, chegamos e mostramos ao Estado que havia equívoco na avaliação, que o Estado estava errado e computava esse erro no sistema”, pontuou.

Covas amplia medida e gera novo impasse

Em nova ação isolada, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), irá ampliar nesta semana a abertura de setores da atividade econômica na Capital e deve gerar outro impasse com os chefes de Executivo do Grande ABC, que seguiram os passos da vizinha em relação à inclusão inicial de escritórios de serviços e concessionárias. O tucano já anunciou que vai liberar a partir de hoje o funcionamento do comércio de rua e imobiliárias e, a partir de amanhã, os shoppings centers entram na lista de flexibilização, seguindo protocolos sanitários e com horários restritos – limite de quatro horas por dia.

A proximidade das cidades da região com a Capital e mesmo assim fixadas em faixas diferentes do plano estadual tem acarretado em situações de preocupação com o uso dos serviços e transportes de São Paulo e saia justa entre os envolvidos, principalmente porque Covas havia divulgado que seguraria os avanços até o dia 15, mas recuou do próprio posicionamento.

“(Sobre abrir shoppings) Traz mal-estar de novo para toda a Região Metropolitana (de São Paulo), não somente para o Grande ABC. É atitude que obriga as pessoas a se deslocarem para São Paulo para algum atendimento, serviço. Prefiro aguardar em relação a essa questão, ainda não vou adiantar o que vamos fazer”, afirmou o presidente do Consórcio Intermunicipal e prefeito de Rio Grande da Serra, Gabriel Maranhão (Cidadania).




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