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Stricto sensu tem custo milionário
Deborah Moreira
Do Diário do Grande ABC
24/10/2010 | 07:27
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O custo para manter cursos de pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) pode chegar a R$ 9,5 milhões ao ano. Essa é a conta paga pela Umesp (Universidade Metodista de São Paulo), única instituição privada do Grande ABC que já atende a exigência do MEC (Ministério da Educação) de oferecer quatro mestrados e dois doutorados.

No montante, entram salários de 75 professores universitários e respectivas capacitações, como congressos internacionais; manutenção de espaços físicos e custos fixos administrativos. No total, são seis mestrados e dois doutorados.

"O Brasil é um grande centro consumidor de conhecimento. No entanto, ainda produzimos pouco e somos dependentes do que se produz no exterior. O número de doutores que se formam não está sendo suficiente para ocupar as novas vagas e a dos que se aposentam", contou o professor Lauri Emilio Wirth, pró-reitor de Pós-graduação e Pesquisa da Metodista.

Mas os gastos com o stricto sensu podem ser incalculáveis para instituições nas áreas de Exatas, como Engenharia, Física, Química e Biologia, onde há grande necessidade de investimento em equipamentos sofisticados para laboratórios de pesquisa.

O professor Derval dos Santos Rosa, da UFABC (Universidade Federal do ABC), o investimento total nos equipamentos dos laboratórios da instituição chegou a R$ 15 milhões. "Ainda conseguimos contabilizar os equipamentos. Mas a formação de um único professor universitário pode superar R$ 1 milhão", declarou Derval, com base em artigos científicos já publicados sobre o tema. Atualmente, a UFABC possui sete mestrados e cinco doutorados.

Segundo os entrevistados, os salários dos professores variam de R$ 6 mil a R$ 13 mil, sem contar as bolsas que recebem para pesquisa.

O ponto alto da pós-graduação stricto sensu é a pesquisa científica que pode resultar em benefícios à sociedade. Elas podem ser feitas tanto associadas a uma ideia ou corporação, quanto a compreender aspectos fundamentais da natureza que pode resultar em tecnologia ou simplesmente buscar explicações para os fenômenos. Como o estudo que vem ocorrendo em Genebra, na Suíça, para simular o que foi o Big Bang, explosão que teria originado o universo. Segundo o professor Derval, dois físicos da UFABC estão envolvidos na pesquisa.

Para poder desenvolver esses projetos, instituições como a Capes, CNPQ e Fapesp oferecem bolsas aos pesquisadores. Na Capes são de R$ 1.200 (mestrado) e R$ 1.800 (doutorado).

AVALIAÇÃO - Para existir no mercado, os cursos stricto sensu passam por avaliação da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) que leva em conta cinco eixos: proposta do programa; corpo docente; corpo discente, teses e dissertações; e produção intelectual e inserção social.

Para se manter no mercado, a cada três anos são submetidos a nova avaliação, que varia entre 1 e 7. Um dos pontos avaliados é a dedicação do professor à instituição. Na UFABC, por exemplo, todos trabalham em regime de dedicação exclusiva. Tamanho esforço resultou na grande procura pelo curso de Ciência e Tecnologia, o mais concorrido no Sisu (Sistema de Seleção Unificada) das federais do País.




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