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São Bernardo reconsidera feiras livres

Atividade será retomada a partir de terça-feira; prefeito havia sido muito criticado por medida

Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
29/03/2020 | 00:55
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Nario Barbosa/DGABC


A Prefeitura de São Bernardo reconsiderou e vai liberar, a partir de terça-feira, o funcionamento das feiras livres do município. No dia em que a suspensão entrou em vigor, o que gerou muitas críticas de profissionais e clientes, causando confusão, o prefeito Orlando Morando (PSDB) anunciou mudança na medida na noite de ontem, durante transmissão feita em rede social, cedendo à pressão da classe, apesar de a Prefeitura, em nota, usar como justificativa seguir “em alinhamento com o governo do Estado”. Abatido e tossindo, o chefe do Paço – que é um dos 15 moradores da cidade que foram contaminados pela Covid-19 –, relatou que o decreto será publicado amanhã.

Os feirantes deverão seguir orientações de higiene para evitar a propagação do novo coronavírus. Também será liberada, a partir de amanhã, a venda por delivery de alguns itens essenciais de lojas de material de construção, como resistência de chuveiro. A venda direta no balcão continua suspensa. O decreto municipal regulamentando as regras de venda vai listar quais itens podem ser comercializados. Material pesado, como blocos, areia, pedra e cimento, não serão liberados.

Ainda entre as medidas de enfrentamento à pandemia de Covid-19, a administração anunciou que a partir de sexta-feira, 29 mil famílias serão beneficiadas com cestas de alimentos. Serão atendidas as famílias carentes que integram o CadÚnico, cadastro do governo federal dos que recebem Bolsa Família. Os primeiros bairros a serem atendidos serão as regiões do Areião e do Pós-Balsa. Serão entregues kits de alimentos para famílias com quatro pessoas e a quantidade de mantimentos será suficiente para 14 dias. “É uma medida extremamente necessária. E vamos seguir monitorando para o andamento da distribuição. Os pais serão avisados para receber na escola correspondente dos seus filhos”, afirmou o prefeito.

NA REGIÃO
O Grande ABC tinha, até ontem, 56 casos confirmados de Covid-19. São 18 em Santo André, 15 em São Bernardo, 19 em São Caetano, um em Diadema, dois em Mauá e um em Ribeirão Pires. Santo André teve um óbito relacionado ao novo coronavírus. Em todo o Estado, são 1.046 pacientes infectados e 84 mortes. Entre sexta-feira e sábado, São Paulo teve recorde de óbitos, com 16 vítimas fatais em 24 horas.

Infectado pela Covid-19, o infectologista e reitor da FMABC (Faculdade de Medicina do Grande ABC), David Uip, afirmou que um sinal de alerta para que as pessoas procurem assistência médica se houver suspeita da doença é a falta de ar. Em áudio enviado pelo reitor a conhecidos, ele cita que a febre não é um sintoma recorrente, mas a falta de ar, sim.

BRASIL
Em todo o País já são 3.904 casos confirmados e 114 mortos. Todos os Estados têm pacientes infectados e dez já registram óbitos. O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, explicou que agora é um momento que o Brasil precisa se unir e andar na mesma direção para passar pela crise com o menor estrago possível. “Precisamos ter racionalidade e não nos mover por impulso. Vamos nos mover pela ciência, pela parte técnica, com planejamento e pensando em todos os cenários. Não podemos agir pensando individualmente, mas coletivamente. É hora da União, estados, municípios e população estarem bem alinhados para enfrentarmos juntos essa fase ruim”, explicou.  




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