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Quadrilha dá golpe de mais de R$ 3 milhões no seguro desemprego
08/10/2005 | 00:29
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Agentes da Polícia Federal de três Estados prenderam sexta-feira pela manhã, em Alagoas, sete integrantes de uma quadrilha que deu um golpe estimado em mais de R$ 3 milhões no seguro desemprego. A quadrilha vinha atuando há cinco anos no interior do Estado, falsificando documentos para a obtenção do seguro desemprego para pessoas que nem sequer tinham direito ao benefício, contou o delegado D'Ângelo Cotta, chefe da Delefaz (Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários), que coordenou a operação São Miguel.

Apesar de atuar em vários municípios, a base da quadrilha era a cidade de São Miguel dos Campos, a 66 quilômetros de Maceió. As investigações demoraram quase um ano. Cerca de 60 policiais participaram das prisões. Foram expedidos nove mandados de prisão e 10 mandados de busca. A operação contou com a colaboração do Setor de Inteligência do Ministério do Trabalho e de policiais federais de Alagoas, Pernambuco e Sergipe.

A quadrilha era liderada por Roberval Cordeiro Vieira , o Robson ou Rob. Os outros presos são Cícero da Silva Rocha, Fala Fina, José César da Silva, Fernando, Valdeci Carneiro da Silva, Vader, José Miranda de Barros Filho, Miranda, José Fábio Correia da Silva, Fulo e Antônio Henrique da Silva, Amendoim. Com José César foi apreendida uma espingarda. Dois integrantes do grupo estão foragidos.

A quadrilha está na carceragem da PF, no bairro de Jaraguá. Eles vão responder por crimes de falsificação de documentos, falsidade ideológica, uso de documentos falso, estelionato qualificado e formação de quadrilha. Os policiais apreenderam também farta documentação, alguns computadores e aparelho de celulares. Entre os documentos grande quantidade de carteiras de trabalho, rescisões de contratos de trabalho e vários talões de cheques. Advogados dos presos compareceram à superintendência da PF, mas não quiseram falar com a imprensa.

Golpe - O golpe tinha início com o aliciamento de trabalhadores rurais. "Essas pessoas não tinham direito ao benefício (Seguro Desemprego), porém a quadrilha providenciava termos de rescisão de contratos de trabalho e adulterava as Carteiras Profissionais", explica Fábio Franciolly, assessor de imprensa da PF de Alagoas.

A ação do grupo estava se expandindo para outros Estados da região. "Eles alugavam transporte para levar as pessoas até as representações das Delegacias Regionais do Trabalho de Alagoas, Sergipe e Pernambuco. Após a concessão do benefício os trabalhadores recrutados eram levados às agências da Caixa Econômica Federal para sacar o dinheiro", relata Franciolly.

A média era de 100 saques por mês, cada saque com valor em torno de R$ 500. "Metade do valor sacado ficava com os beneficiários e a outra metade com a quadrilha", afirmou Franciolly, acrescentando que a PF estima em mais de R$ 3 milhões o volume de dinheiro recebido indevidamente pela quadrilha nos últimos cinco anos.




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