Setecidades Titulo São Bernardo
PAC Alvarenga segue inacabado após dez anos

Após uma década do início do projeto,
somente 344 moradias foram entregues

Daniel Macário
Do Diário do Grande ABC
03/03/2017 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


 Dez anos após a Prefeitura de São Bernardo firmar os primeiros acordos para início das obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) Alvarenga, moradores de quatro assentamentos precários do município, que seriam beneficiados pelo projeto, seguem no aguardo das melhorias prometidas a 2.136 famílias da área de manancial.

Orçado em R$ 70,9 milhões, sendo R$ 38,8 milhões recursos da União e R$ 32,1 milhões de contrapartida municipal, as intervenções anunciadas ainda em meados de 2006 prometiam a construção de 878 unidades habitacionais nos assentamentos Sítio Bom Jesus, Divineia/Pantanal, Jardim Ipê e Alvarenga Peixoto, além de melhorias estruturais no entorno dos núcleos. No entanto, passada uma década do início do projeto, somente 344 moradias foram entregues.

Com obras paralisadas há mais de cinco anos, após o ex-prefeito Luiz Marinho (PT) perder o prazo para aditamento dos antigos contratos, boa parte das intervenções do PAC Alvarenga está, atualmente, em total estado de abandono.

A situação mais alarmante se encontra na Rua Alvarenga Peixoto, área onde deveriam ser construídas 130 unidades habitacionais. Sem qualquer placa indicativa sobre a obra, o local está tomado pelo mato e entulho jogado por moradores.

“Tiraram os barracos há mais de cinco anos e até hoje estamos esperando algo acontecer. Porque até agora só tem mato e sujeira”, relata o ajudante geral Joseilton Silva, 52 anos.

O morador, que ainda vive em barraco ao lado da área abandonada, seria um dos contemplados com as novas moradias, no entanto, sem esperança da construção ser efetivada, tem se conformado com a situação que vive hoje. “O jeito é continuar no meu barraco”, afirma.

Na área dos assentamentos do Divineia/Pantanal a situação se repete. Esqueletos de unidades habitacionais estão há pelo menos três anos abandonados. Sem qualquer intervenção por parte da Prefeitura, janelas e telhados que chegaram a ser colocados nos edifícios foram roubados. Atualmente, moradores em situação de rua vivem nos apartamentos.

“Recordo-me até hoje. Removeram minha casa daí em 2010. Desde então estou no auxílio-aluguel (no valor de R$ 315), esperando minha casa. O pior de tudo é ver que o prédio está quase pronto, mas nesse estado de abandono, sendo utilizado por usuários de droga”, relata a comerciante Silene Fernandes Santos, 43.

Segundo o secretário de Habitação de São Bernardo, João Abukater Neto, a expectativa do Paço é a de que as obras do PAC Alvarenga sejam retomadas até o início do segundo semestre. “Como a ex-gestão não fez o aditamento dos contratos e a Caixa não nos permite mais esse processo, nossa meta agora é fazer nova licitação até abril para contratar empresa que ficará responsável pela etapa dois do projeto, a qual inclui construção de 100 moradias no Sítio Bom Jesus e Jardim Ipê. Se tudo correr como previsto, até julho os trabalhos serão retomados.”

No Alvarenga Peixoto e Divineia/Pantanal, a previsão do secretário é a de que as licitações também sejam retomadas neste ano. “Nesses casos apenas podemos lançar a concorrência depois que concluirmos o processo anterior. Acredito que no segundo semestre seja tudo resolvido”, avalia.




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