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Reintegração de posse na Vl.São Pedro deve ocorrer na quarta-feira

Comissão de moradores e promotoria da Justiça devem firmar acordo na terça-feira; moradores ainda resistem à desocupação

Por Nelson Donato
Especial para o Diário
25/11/2016 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


 A reintegração de posse do terreno ocupado na Vila São Pedro, em São Bernardo, desde o dia 2 de outubro deve ser iniciada na quarta-feira. Durante reunião realizada entre comissão de moradores e a promotoria responsável pelo caso, ambas as partes sinalizaram para acordo que deve ser firmado na terça-feira.

Ontem pela manhã, os representantes do grupo se reuniram com autoridades em busca de respostas para suas reivindicações, que incluem a legitimação dos barracos erguidos na área. “A promotora nos explicou que a situação é difícil, pois estamos em um terreno da Prefeitura, próximo à áreas de preservação. Ela nos disse que a regulamentação das moradias será difícil e que a reintegração de posse provavelmente será feita na quarta-feira”, conta a moradora Maria Neuma Marques de Souza, 40 anos, uma das líderes do movimento.

Maria detalha que caso a permanência no terreno não seja assegurada, as famílias pleitearão auxílio-aluguel junto à administração municipal. “Nosso principal objetivo é ficar. Alguns, como é o meu caso, já estamos aqui há seis meses e conseguimos uma certa estrutura para nossas casas. Caso seja impossível, queremos a garantia de que receberemos auxílio-aluguel.”

Embora as lideranças já admitam a possibilidade do acordo com a Prefeitura, o desejo da grande maioria dos moradores é ficar no terreno. Atualmente, 1.000 famílias que se instalaram na área aprenderam a chamar o local de “lar”.

Apesar da precariedade, é com orgulho que Maria Benedita de Fátima dos Santos, 42, mostra o barraco em que ela mora com o marido e duas filhas pequenas. “Só estou esperando ligarem a energia elétrica para trazer meu fogão. De dia deixo o meu colchão para fora de casa para secar, pois aqui dentro é muito úmido. Estou desempregada e não consigo pagar o aluguel. Agora é torcer para ficarmos aqui para que eu possa arrumar minha casinha.”

Apelidada de Avó, a aposentada Maria Rodrigues Aparecida da Silva, 72, transformou-se em um dos símbolos do movimento. “Nós não estamos aqui para causar tumultos ou quebrar tudo. Nossa intenção é ter o nosso cantinho e melhorá-lo cada vez mais. Não queremos prejudicar ninguém.”




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