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Servidores de S.Bernardo querem 60% de aumento
Sergio Kapustan
Do Diário do Grande ABC
27/10/2005 | 08:25
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Servidores públicos de São Bernardo pressionam a Prefeitura para obter reposição salarial de 60%, índice que corresponde às perdas acumuladas nos últimos dez anos. Depois de protestar em postos de saúde e hospitais na segunda e terça-feira, o Sindiserv (Sindicatos dos Servidores Públicos) promoveu quarta-feira nova manifestação com faixas na Câmara Municipal.

A presidente do sindicato, Vânia Aparecida de Souza, disse aos parlamentares que há quatro anos nenhum sindicalista entra no Paço Municipal para tratar do assunto. Ela defendeu também a participação do Legislativo na negociação para pressionar o Executivo. "O que se busca é a negociação de contrato coletivo de trabalho para que depois seja aprovado na Câmara", defendeu.

Apesar da pressão, o líder do governo, Alex Manente (PPS), disse que a posição da Prefeitura é não dialogar com o sindicato. O motivo é o recurso pendente no TJ (Tribunal de Justiça) que pode anular o mandato da atual direção da entidade eleita em junho. "Sem resolver esse imbróglio jurídico fica difícil conversar", disse Manente.

Aliados da administração afirmaram nos bastidores, no entanto, que a chance de a atual direção abrir negociação com a Prefeitura é zero. A justificativa é o comprometimento político de Vânia de Souza que é contrário à administração. A presidente respondeu que tem filiação partidária, mas "isso não interfere no trabalho sindical."

A manifestação do sindicato encerrou os três dias de campanha pró-negociação salarial e em defesa da saúde pública municipal, desenvolvida em postos de saúde e hospitais. Foram distribuídas faixas nos locais e uma carta aberta à população – denunciando o sucateamento do setor – e servidores usaram jalecos no uniforme de trabalho com a inscrição "luto" em defesa da saúde.

Alex Manente negou o sucateamento do setor. Segundo o vereador, dos R$ 204 milhões do orçamento da área para 2005, apenas R$ 43,2 milhões são recursos federais. O restante – R$ 161 milhões – são recursos da Prefeitura, conforme balanço da Secretaria da Saúde. Para Manente, em vez de criticar a Prefeitura, o sindicato deveria cobrar do governo federal mais recursos para o setor.

Para garantir a segurança da sessão, a Câmara aumentou o efetivo de segurança no Paço Municipal. Em uma das portas de acesso ao prédio policiais civis metropolitanos trabalharam com detectores de metais.




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