Setecidades Titulo Finados
Milagreiros atraem
fiéis em cemitérios

Homenagem aos entes queridos, agradecimentos e renovação
de pedidos marcam Dia de Finados em túmulos de famosos

Maíra Sanches
Do Diário do Grande ABC
03/11/2011 | 07:00
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Os cemitérios de Santo André e Mauá tiveram movimentação intensa durante todo o Dia de Finados. Desde as primeiras horas da manhã até o fim da tarde milhares de pessoas aproveitaram a data para fazer homenagem aos entes queridos, limpando mausoléus, rezando e colorindo-os com buquês de flores. A data também é referência para fiéis que acreditam em crenças populares e na existência de ‘santos milagreiros' no Grande ABC.

Tratam-se de pessoas comuns que morreram há décadas, mas que simbolizam desde suas mortes referência religiosa aos devotos para pedidos de bênçãos e graças. A participação em missas também fez parte da programação dos visitantes.

Em dois cemitérios de Santo André a procura por túmulos conhecidos é constante não apenas em datas como a de ontem, mas durante todo o ano. No Cemitério da Saudade, na Vila Assunção, todos os anos, devotos procuram os mesmos túmulos para rezar ou apenas menção de agradecimento. "Muitos já são conhecidos, vêm de outros Estados e acreditam nos milagres", disse o encarregado do cemitério, Evilázio Costa de Souza. O túmulo de Vanilda Sanches Beber, que morreu com 15 anos, em 1958, é um dos mais procurados no feriado. Os relatos começaram no sétimo dia após o falecimento, quando pessoas diziam ter sonhado com Vanilda e alcançado bênçãos. Religiosos atribuem a ela pelo menos 200 milagres, e o mausoléu comporta centenas de placas com recados, envolto em flores.

A aposentada Ana Aparecida Manoel, 70, conheceu a adolescente e sua família. Ela relata que mesmo em vida a garota operava caridades. "Ela engravidou de um rapaz, que a agrediu na barriga, provocou a perda do bebê e mesmo assim o perdoou. Aprendeu línguas estrangeiras para ensinar aos pobres e costurava para eles. Tudo que se vê aqui é verdadeiro. Ela é abençoada." A aposentada relata que também foi atendida pela milagreira quando teve problemas de saúde.

No Cemitério da Vila Pires, a atração é o cigano José Magalhães Coelho, conhecido como Zito, que tem fama de gozar de poderes milagrosos que unem casais e tratam de problemas conjugais.

Em Mauá, no Cemitério da Vila Vitória, a movimentação foi intensa no túmulo do cônego Belisário Elias de Souza, que morreu em 10 de outubro e era o sacerdote mais antigo da Diocese de Santo André. Amigos e fiéis rezaram em voz alta em frente à sepultura da família.

No Cemitério das Lágrimas, em São Caetano, diversos curiosos visitaram o túmulo do menino Davi Mota Nogueira, 10, que há dois meses se matou na Escola Municipal de Ensino Professora Alcina Dantas Feijão. Uma fotografia da criança foi colocada ontem no jazigo.




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