O Santo André sofreu ontem golpe difícil de ser assimilado. Depois de superar as derrotas em casa para Marília (3 a 1) – que não vencia havia 22 meses – e União Barbarense (1 a 0) – que se apresentou para o jogo minutos antes de a bola rolar –, o time voltou a mostrar apatia e foi derrotado pelo Penapolense, que vinha de quatro derrotas seguidas, por 2 a 1, em pleno Bruno Daniel.

O resultado, além de tirar o time do G-8 – agora é o nono colocado, com 18 pontos – põe em dúvida o trabalho do técnico Luciano Dias, que não está conseguindo dar padrão de jogo ao time e tem alterado muito a escalação, vezes por opção técnica, vezes para preservar fisicamente os atletas.

Ontem, por exemplo, o treinador apostou pela primeira vez no esquema 4-4-2, com a entrada do meia Jobson na vaga do atacante Gilmar, que sentiu desconforto muscular. Logo nos primeiros minutos deu para perceber que a novidade não deu certo e o jogador, emprestado pelo Palmeiras, errou em todas as jogadas que participou.

Apesar de dominar a posse de bola, os erros de passes e a individualidade impediam que o Ramalhão conseguisse criar. À medida que o tempo passava, a apatia dominava o Santo André, que parecia entregue com a marcação do Penapolense.

Luciano esperou até o intervalo para tirar Jobson e voltou com Vinícius Cabelo. Mais animado, o time parecia que iria evoluir, criou dois bons momentos em cobranças de faltas, mas sofreu duro golpe, aos oito minutos, quando Felipe Merlo acertou chute de rara felicidade e mandou no ângulo: 1 a 0.

No desespero, o Santo André empatou, aos 21, com Diogo Borges aproveitando bola na área. O gol causou revolta dos atletas do Penapolense que ficaram dois minutos reclamando à arbitragem susposto empurrão do andreense. Assim que recomeçou o jogo, Carlinhos, outra novidade de Luciano, entrou com força desproporcional em jogada e foi expulso.

Com um a menos, o Santo André tentou vencer, mas o Penapolense estava mais organizado e Kesley, aos 39, contou com bola rebatida para dar números finais ao confronto. 

Diretoria evita tomar decisão sobre permanência de Luciano Dias

O assessor da presidência do Santo André, Carlito Arini, garantiu que não há decisão referente à saída do técnico Luciano Dias. Muito abalado, porém, o homem forte do clube também não assegurou que o treinador será mantido.

“Não tenho decisão sobre isso (demissão). Não é questão de avaliar a permanência do Luciano e, sim, nossa situação no campeonato. Um jogo desse tinha de buscar a vitória. O momento é de refletir para ver as decisões que vamos tomar”, comentou Arini. “O trabalho está oscilando, começamos liderando, tivemos uma queda, retornamos para o campeonato e esse jogo era o momento de afirmar”, destacou.

Luciano Dias lamentou a postura da equipe. “O que me preocupa é o comportamento do time no geral. Se não dá na técnica, tem de lutar e nosso grupo não fez isso”, avaliou.