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Preço do seguro tem queda no Grande ABC

Pesquisa aponta redução média de 11,5%;
índices menores de roubos e furtos colaboram

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
11/10/2015 | 07:04
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Ari Paleta/DGABC:


As quedas nos índices de roubo e furto do carro observadas neste ano colaboraram para que o seguro veicular ficasse, em termos nominais, em média, 11,5% mais em conta neste ano no Grande ABC, segundo especialistas.

Esse percentual de retração – apontada por pesquisa realizada pela plataforma on-line Bidu, dedicada a simplificar a cotação, comparação e compra de produtos das seguradoras – foi um pouco menor do que as reduções nos índices de roubo e o furto de veículo na região. Esses crimes caíram em agosto, respectivamente, 15,73% e de 19,63% ante mesmo mês de 2014, de acordo com os últimos números divulgados pela Secretaria de Segurança Pública.

O levantamento do portal toma como base a média dos menores preços encontrados em cinco cidades da região (Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema e Mauá) neste mês e em outubro do ano passado, com mesmo modelo (Volkswagen Gol quatro portas 1.0 ano 2013/2014) e perfil do condutor (homem, 30 anos, casado, sem filhos e que tem garagem em casa e no trabalho) e em primeira apólice, ou seja, não é renovação, em pesquisa com cinco companhias diferentes.

Por esses critérios, a cotação mais em conta, na médias das cinco cidades, para esse carro e proprietário, ficaria em R$ 3.293 neste mês, enquanto há 12 meses, seriam R$ 3.718, ou seja, queda nominal (sem descontar a inflação) de 11,5%. Entre os municípios da região, a maior queda foi em Diadema (23%), enquanto em São Caetano, houve ligeira alta (5%), porém, levando em conta a taxa inflacionária – pelo IPCA, que ficou em 9,49% nos últimos 12 meses –, o preço em termos reais também é menor.

Em termos nominais, o percentual de queda de preços não é tão alto quanto a redução no risco de sinistro (ou seja, de ser alvo desses crimes ou de sofrer com acidentes e necessidades de reparo), já que há outros fatores que devem ser levados em conta para a formação do preço, como o mercado de muita competição no segmento, avalia o diretor da Bidu, Maurício Antunes. Além disso, com a alta dos juros neste ano, as companhias do setor podem se beneficiar de ganhos financeiros, mesmo que as operações não deem lucro, diz o corretor Arnaldo Odlevati, que é ex-diretor regional do Sincor (Sindicato dos Corretores de Seguros no Estado de São Paulo) no Grande ABC. Ele acrescenta que a Lei do Desmanche, que regulamentou a atividade no Estado e exigiu que as revendas de peças usadas tenham registro de todos os veículos adquiridos e e de seus componentes, que devem ser identificados por notas fiscais eletrônicas, ajudou a reduzir o índice de roubos e furtos, colaborando para a retração no índice de sinistros.

Há, porém, fatores que impedem redução maior nos preços, entre as quais o aumento nos custos dos itens de reposição e da mão de obra, por causa dos repasses da inflação, assinala Odlevati, E a cada ano que o carro fica mais velho, seu seguro tende a ficar mais caro, já que os problemas de manutenção e reparo também aumentam, destaca o corretor.


APLICATIVO - O governo do Estado de São Paulo espera apertar ainda mais o cerco contra a venda ilegal de autopeças usadas, para coibir o roubo e o furto de veículo que, de acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública, já vêm em queda neste ano, colaborando para a redução dos índices de sinistro das seguradoras.

Uma das ferramentas para isso é um aplicativo para celular, lançado na quarta-feira, que mostra a origem das peças do carro de desmanche e funciona como um selo de garantia de que o item adquirido não é fruto de crime.

O aplicativo lê um código de barra que desde julho tem de ser fixado em todas as peças usadas comercializadas por revendedores e recicladores desses itens. Ao passar o celular com o software, o consumidor é direcionado ao site do Detran em que é possível saber de que carro o componente saiu, o nome da empresa que desmontou e o documento de baixa do Detran, mostrando que a peça é legal. 




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