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Córrego Corumbé continua na sujeira
Deborah Moreira
11/03/2011 | 07:09
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Um mês depois de a Prefeitura de Mauá ter anunciado o desassoreamento do Córrego Corumbé, no Jardim Zaíra, nada foi feito. Embalagens, sacos plásticos e muito entulho ainda se acumulam no leito do riacho. A Prefeitura foi procurada, mas não retornou.

Moradores ouvidos contaram que o lixo continua se acumulando, e que não viram homens da Prefeitura trabalhando na limpeza do córrego. "O leito do rio aqui (entorno da Rua Jorge Máximo de Azevedo) chega a ter dois metros de profundidade. Mas tem tanto entulho que dá a impressão que é raso", comentou o eletricista Milton Barbosa da Silva, 48 anos, que há 21 mora na Rua José Ferreira da Silva, paralela ao córrego.

Já o aposentado Geraldo de Almeida, 76, morador da Rua Francisco D'Aoglio há mais de 40 anos, teme por novas chuvas. Ele é vizinho de fundos da casa de Antonia Avelaneda Grande, 63, que morreu na enchente do dia 18 de janeiro. "A casa vizinha ficou destruída e está interditada. Mas o portão, feito de grades de ferro, de frente para o córrego, acaba sendo uma ameaça para nós. Quando o rio enche, a água quase vem parar dentro de nossa casa. Já perdemos tudo uma vez, e não queremos passar por isso novamente", desabafou Geraldo.

Ontem, durante a tarde, dois homens da Roade Construção Civil e Locação de Equipamentos, empresa contratada da Prefeitura, levantavam um muro de contenção na margem do córrego, ao lado da Avenida Presidente Castelo Branco. O trabalho está previsto para terminar amanhã.

Outra equipe da Foz do Brasil atuava no local para recolher amostras do solo para estudo. Segundo os trabalhadores, será realizada, em breve, obra para interligar dois coletores de esgoto doméstico já instalados.

 

TERMINAL ZAÍRA

Na mesma área, seis homens da Alfa Real, terceirizada contratada pelo município, trabalhavam na construção do terminal de ônibus, onde era a sede do Corpo de Bombeiros - Avenida Presidente Castelo Branco. Uma plataforma semelhante à que já existe será erguida em até 30 dias, segundo o encarregado Helder Mário Bezerra. As obras começaram há duas semanas. O lugar será totalmente cercado, e os usuários entrarão por catracas.

 

Restaurante popular não deve sair do papel

 

A administração de Mauá desistiu de construir um restaurante popular na Rua Francisco D'Aoglio, paralela ao Córrego Corumbé, área de risco no Jardim Zaíra.

A ideia de uma desocupação amigável foi anunciada em encontro entre representantes do município e das cerca de dez famílias que moram nos terrenos, que precisariam passar por processo de desapropriação.

Segundo relato de moradores da via, a Prefeitura teria desistido da ideia por falta de documentação de todos os imóveis, necessários para realizar desapropriações e erguer o estabelecimento.

"Recebi uma ligação na segunda-feira antes do Carnaval (28 de fevereiro) de uma representante da Secretaria de Obras informando que eles não vão mais comprar nossas casas. Para nós, é uma pena. Perdemos tudo na enchente e agora só pensamos em ir embora", declarou a dona de casa Eveli Santos, 53 anos, que mora há 13 anos na casa número 74 da Rua Jorge Máximo de Azevedo, arrasada pelas águas. Ela não sabe o valor de seu imóvel, e desconhece se algum profissional da Prefeitura fez avaliação.

Esse seria o terceiro restaurante popular da cidade. Sua construção seria acima do nível do córrego para evitar inundações, segundo relatos de moradores que se reuniram com município.




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