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Cães ajudam crianças da região a superar limites
Por Camila Brunelli
Do Diário do Grande ABC
27/10/2010 | 07:01
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Pela festinha de Dias das Crianças, os pequenos pacientes do Centro de Reabilitação do Hospital Estadual Mário Covas já esperavam. O que eles não sabiam é que a principal atração do evento seriam terapeutas até então desconhecidos: nove integrantes do Inataa (Instituto Nacional de Ações e Terapias Assistidas por Animais), ou seja, cachorros dos mais variados tamanhos e raças.

Trata-se de mais uma das ações do Programa de Humanização do Ambiente Terapêutico, que também promove confraternizações de Carnaval, Páscoa e Natal.

No Centro de Reabilitação, 72 crianças realizam tratamento fisioterapêutico. São pacientes com problemas ortopédicos, neurológicos e respiratórios - congênitos ou adquiridos.

A ideia foi enriquecer o trabalho de reabilitação humanizado. "Assim trabalhamos a sociabilidade e a afetividade dos pacientes. Muitas vezes, crianças como essas, com restrições motoras, são tolhidas do convívio com animais", explicou a coordenadora do Centro de Reabilitação, Isabelle Squarcino. "Essa interação ajuda a educar os movimentos e diminui as perdas funcionais, como comer e andar."

EMOCIONAL
A especialista também citou o ganho emocional que os pacientes teriam com a ação. "Isso influi na imagem do local terapêutico. É importante para que eles gostem de vir aqui."

Uma das grandes estrelas do evento foi Namour, um doce golden retriever de 3 anos. Mariana da Silva, 6, penteou os pêlos dele até cansar. "Será que agora posso pentear outro?". Esboçou começar uma brincadeira com Paraná, outro cachorro próximo. Logo voltou a Namour. "Eu adorei esse cachorro." Mariana vai ao centro de reabilitação duas vezes por semana, desde que nasceu. Ela tem hidrocefalia, doença que causa atraso nas funções motoras.

Tarsila Padilha de Andrade, 5, sofre de doença rara chamada polirradiculoneurite, uma inflamação nos nervos. Na segunda-feira, a menina recebeu alta da equipe médica. "Quando ela chegou aqui, não andava", contou a mãe de Tarsila, Adriana Padilha, enquanto a menina passeava com uma borboleta desenhada na sua grande bochecha. "O pessoal daqui é muito atencioso, carinhoso, não tenho nem o que dizer."


Treinamentos garantem bom comportamento
Os cães terapeutas recebem preparação para ajudar na reabilitação das crianças. Primeiro passam por avaliação com a psicóloga comportamental e adestradora que, posteriormente monta treinamento a ser realizado pelo dono do animal. Os cães também tomam quatro tipos de vacina anualmente - duas a mais que os cachorros que não exercem atividade terapêutica.

"São cães mais afetivos, mais preparados para lidar com pacientes de diversas patologias", explicou a presidente da Inataa e dona do golden retriever Namour, Silvana Prado. "As crianças podem tocar em qualquer parte do corpinho deles, que eles não vão esboçar nenhuma reação agressiva", disse ela, arrastando Namour pelo rabo. Ele continuava inerte. "Não estou machucando, ele até gosta." (Camila Brunelli)




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