Quatro equipes do 6º DP (Jardim do Estádio), de Santo André, estão à caça dos três homens encapuzados que invadiram a residência do vereador Cosmo Rodrigues Cardoso, o Cosmo do Gás (PDT), anteontem, para identificar o responsável pelo disparo que tirou a vida do parlamentar de 46 anos. Os trabalhos são comandados pelo delegado titular da unidade, Adilson de Lima, e pelo chefe dos investigadores, Flávio Montanari, que mantêm as principais informações sob sigilo.

O grupo que conduz a investigação colheu depoimentos anteontem e ontem dos familiares de Cosmo: a mulher do pedetista, Fabiana Pereira Cardoso, 35 anos e grávida de 3 meses, e os três filhos, um de 11, outra de 9 e a mais velha, de 16 anos. Os policiais explicaram que irão manter contato periódico com parentes da vítima por conta do impacto emocional causado pelo assassinato. “As informações de hoje (ontem) vieram mais claras, porque a pessoa havia falecido ontem (na segunda-feira) e o impacto emocional era alto”, explicou Montanari.

As informações técnicas da perícia do local do crime e o laudo de necrópsia de Cosmo podem demorar até 30 dias para serem concluídos. Porém, em razão da grande repercussão do caso e envolvimento do meio político, podem chegar às mãos dos investigadores em prazo menor.

Segundo informações do 6º DP, a hipótese de a investigação migrar para crime político é quase zero. O caso é tratado como latrocínio: roubo seguido de morte.

Os trabalhos para elucidar o caso estão em ritmo acelerado. Inclusive, o próprio delegado titular Adilson de Lima ficou fora do 6º DP durante quase todo o dia atuando para elucidar o crime.
Segundo Fabiana, os assaltantes invadiram a residência da família, na Rua das Minas, no Sítio dos Vianas, às 4h20, pela varanda, utilizando o beiral do edifício vizinho, onde funciona uma fábrica de lingerie. Ela ficou trancada em um quarto com as duas filhas, enquanto Cosmo e seu filho foram “arrastados” à cozinha. Os bandidos pediam que o vereador entregasse R$ 200 mil em espécie.

Fabiana disse que a família não estava em posse da quantia e que, por isso, Cosmo apanhou “muito” dos criminosos. O vereador chegou a oferecer o cartão de sua conta bancária para que eles sacassem até R$ 2.000 por dia, três relógios e um celular. A viúva relatou ter ouvido do quarto o disparo que atingiu a omoplata do marido – osso situado na parte posterior do tórax – e que o filho de 11 anos viu a cena.

A suspeita na polícia é que a bala atingiu um artéria, o que fez com que o vereador perdesse muito sangue. Ele chegou a ser levado ao PA (Pronto Atendimento) da Vila Luzita ainda com vida, mas não resistiu aos ferimentos.

Cosmo do Gás começou a carreira política como assessor do vereador Geraldo da Silva Souza, o Isqueiro, morto em 2010. Foi eleito parlamentar em 2012, com 2.719 votos. Será substituído pelo segundo suplente da coligação PRB-PDT, Carlos Roberto Ferreira (PDT), já que o primeiro substituto, Adonis Bernardes, morreu em 2013.