De tempos em tempos, ver o quintal da própria casa inundado com esgoto. Essa é a realidade que há dez anos atormenta a dona de casa Nadir Franco, 62 anos, moradora do Jardim do Lago, em São Bernardo. O esgoto sobe pela caixa séptica, que serve para o primeiro tratamento dos resíduos, além de voltar por encanamentos para vazão de água instalados no quintal. Segundo Nadir, o problema começou após a canalização de córrego que havia atrás da casa.

A dona de casa explica que não precisa chover para o quintal encher. Nadir reclama do prejuízo que isso causa tanto para o imóvel quanto para a saúde de quem vive ali. Nos dias em que a casa está inundada, os gatos da moradora ficam trancados.

“É horrível. Encontramos ratos mortos, baratas, além das fezes que vêm parar no quintal toda vez que o esgoto sobe. Meu marido, que tem 74 anos, está doente e preciso resolver tudo sozinha.”

Segundo a moradora, já foram realizados mais de 30 protocolos junto à Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), com diversas visitas de técnicos. Porém, o problema sempre volta a acontecer.

Nadir explica que os técnicos não sabem informar o que provoca o retorno do esgoto para a residência. Para a dona de casa, o problema veio com a canalização do córrego e, para ser resolvido, seria necessário mexer no encanamento fora da residência. “A gente recebe aviso para economizar água, mas toda vez que minha casa inunda, preciso lavar o quintal. Estou gastando água, produtos de limpeza e energia para manter duas bombas que instalei no quintal para a água não entrar em casa”, explica Nadir.

Procurada, a Sabesp respondeu apenas sobre o último chamado da moradora, registrado na segunda-feira. Segundo a empresa, a desobstrução da rede de esgoto foi executada na tarde da terça-feira, ou seja, o pedido foi realizado dentro do prazo de atendimento. Sobre a recorrência do problema, a Sabesp não se manifestou.