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Ateromatose Carotídea - Dr. Leo Kahn

Ateromatose Carotídea: Doença degenerativa e obstrutiva das artérias carótidas que levam o sangue ao cérebro, através de ambos os lados do pescoço, sendo responsável por 90% da etiologia cerebrovascular extracraniana.

Por Dr. Leo Kahn
10/10/2014 | 07:00
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Doença degenerativa e obstrutiva das artérias carótidas que levam o sangue ao cérebro, através de ambos os lados do pescoço, sendo responsável por 90% da etiologia cerebrovascular extracraniana.

A evidência do envolvimento de mecanismos inflamatórios na aterosclerose tem contribuído para a modificação de paradigmas etiopatogênicos, substituindo-se o modelo tradicional do acúmulo progressivo e concêntrico de lipídeos na parede arterial, pelo conceito de que a inflamação desempenha um papel fundamental na formação e progressão do ateroma.

A DOC (Doença Obstrutiva Cerebrovascular) representa prioridade em Saúde pública nos países desenvolvidos devido à expressiva prevalência na população adulta, à gravidade dos eventos isquêmicos e ao alto potencial de incapacitação da vida produtiva. Cerca de 30% de todos os casos de AVE (Acidente Vascular Encefálico) podem ser atribuídos à doença aterosclerótica da bifurcação carotídea, pelos mecanismos de trombose aguda, ou mais comumente de embolização distal.

Estima-se que há cerca de 700 mil novos casos a cada ano nos Estados Unidos, dos quais 1/3 morre durante o primeiro ano, 1/3 torna-se incapacitado para a vida produtiva e apenas o 1/3 restante alcança a reabilitação.

A aterosclerose carotídea apresentou alta frequência populacional (52%) em associação com vários fatores de risco como: idade, obesidade, AVC, coronariopatia isquêmica e tabagismo.

Sinais e Sintomas:

- Na doença obstrutiva de carótida, os sintomas estão relacionados à ocorrência de macro ou micro embolizações, que determinam isquemia cerebral resultante. O quadro pode se instalar de maneira abrupta ou de forma sutil e insidiosa, que dificulta até mesmo ao paciente o reconhecimento das manifestações.

- Caracteristicamente, os fenômenos tromboembólicos provenientes da bifurcação carotídea causam deficit hemisférico focal, manifestando-se por amaurose ipsilateral, hemiparesia ou hemiplegia contralateral, de predomínio braquial ou por dificuldades de expressão, como afasia, disfasia ou disartria, quando é acometido o hemisfério cerebral dominante.

- Embora raros sintomas como tontura, vertigem, alterações posturais ou síncope podem ocorrer e, geralmente, sugerem comprometimento concomitante do território vertebrobasilar.

- Nos extremos do amplo espectro clínico da doença, podemos ter desde queixas como formigamento leve e recidivante da mão até um quadro de hemiplegia súbita e irreversível.

- O diagnóstico é feito pela observação clínica habitual, das queixas e duração; em seguida, a análise da história da moléstia atual, ao interrogatório dos diferentes aparelhos e aos antecedentes pessoais e familiares, com ênfase sobre doença coronariana isquêmica, diabetes melittus, claudicação intermitente dos membros inferiores, alem de acidentes vasculares cerebrais e ataque isquêmico transitório.

- A avaliação do comprometimento carotídeo provocado pela doença pode ser realizada por meio de US (Ultrassonografia) em escalas de cinza e imagens com fluxo doppler colorido. Outro método é a RM (Ressonância Magnética) de alta resolução. Há muitas evidências de que a RM pode ajudar na identificação dos componentes das placas, sugerindo sua habilidade em predizer eventos adversos, sendo possível, assim, a identificação dos componentes e do volume das placas, o que ajuda na decisão clínica sobre o melhor tratamento.

SAIBA MAIS:

- O impacto dos custos hospitalares decorrentes dos eventos cerebrovasculares tem sido alvo de preocupação mundial, já que as internações por AVE consomem, por exemplo, 4% de todo orçamento para a Saúde nos EUA.

- Historicamente concebida como uma condição decorrente do acúmulo progressivo de lipoproteínas do colesterol, atualmente sabe-se que a aterosclerose é uma doença inflamatória crônica do sistema arterial.

- A demonstração de que apenas 50% dos pacientes ateroscleróticos apresentam dislipidemia, e que a prevalência de fatores de risco tradicionais, como tabagismo, hipertensão arterial e diabete, após os 65 anos não diferem substancialmente da encontrada em indivíduos normais, apontam para o envolvimento de outros mecanismos.

- Nos países desenvolvidos, o AVE constitui a terceira causa mais comum de morte na população adulta, e o determinante mais frequente de invalidez permanente.

- É estimado que aproximadamente 4% da população americana com idade entre 50 e 75 anos apresentem estenose carotídea entre 60% e 99%, sem manifestações de isquemia.
A incidência de infarto cerebral duplica a cada década na população com idade superior a 55 anos, chegando a 1.700 casos por 100 mil habitantes ao ano após os 75 anos, com o dobro de mortalidade nas mulheres em relação aos homens.

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leo.kahn@uol.com.br ou visite o site www.vivaintegral.com.br 




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