Setecidades Titulo Ensino Superior
Plano de recuperação da FSA não será cumprido

Acordo com o MP previa redução de salários de professores, negado pela comunidade acadêmica

Bia Moço
Especial para o Diário
22/01/2018 | 07:00
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 A menos de um mês para o fim do prazo de conclusão do PRI (Plano de Recuperação Institucional) implantado pela FSA (Fundação Santo André) em fevereiro, na tentativa de reverter a crise financeira do centro universitário, dois dos principais compromissos firmados pela reitoria seguem no papel e, dificilmente, serão cumpridas dentro do prazo estipulado pelo Ministério Público.

A afirmação é da própria reitora da instituição de Ensino Superior, Leila Modanez, que assume não ter conseguido reduzir a folha de pagamento de funcionários e a carga horária do corpo docente da FSA.

“Muitas das coisas que estavam no plano não foram aprovadas em assembleia, como, por exemplo, diminuição da hora/aula e redução salarial. Eram os pontos primordiais para a recuperação da FSA, mas que não foram cumpridos dentro do prazo”, enfatiza.

Embora destaque, de modo geral, o empenho da reitoria em cumprir as metas estipuladas pelo plano, Leila reconhece a dificuldade de fazer mudanças em determinadas estruturas da FSA, como foi o caso do corte na folha de pagamento de funcionários que, atualmente, representa cerca de 90% do orçamento do centro universitário. “Nossa folha de pagamento é alta. Tem meses que gastamos quase tudo em pagamentos”. Levantamento feito pelo Diário no ano passado aponta que o gasto com colaboradores gira em torno de R$ 3,3 milhões (incluindo quadro de docentes e administrativo), inclusive com profissionais com supersalários.

Sem qualquer readequação importante na quantidade de empregados e na despesa com pessoal, a FSA enfrenta, atualmente, rombo orçamentário estimado em R$ 500 mil por mês. “Existe deficit. Nós arrecadamos menos do que gastamos. Isso é fato. Esse problema tem de ser sanado, até porque não há instituição no mundo que sobreviva gastando mais do que ganha”, observa a reitora.

Como consequência do deste desequilíbrio econômico do centro universitário, a FSA tem acumulado, nos últimos meses, série de atrasos no pagamento de vencimentos. “Se eu pago todos os salários, não pago contas. E vice-versa. É essa a conta que não fecha”, ressalta Leila.

No momento, a reitoria da FSA se empenha para concluir o parecer a ser apresentado ao MP sobre quais medidas dos planos foram executadas. O processo, inclusive, pode implicar em sanções, dependendo do veredicto do órgão. “Acredito que se tivéssemos conseguido implementar o PRI em sua totalidade não estaríamos na situação de hoje”, diz a reitora.




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