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Um pedaço do paraíso bem no meio da cidade
Marcelo Argachoy
Especial para o Diário
15/01/2017 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


 No meio da cidade, um cenário típico de fazenda do Interior. Há mais de 20 anos, moradores do bairro Santa Terezinha, em Santo André, ajudam a manter o Pesqueiro Girassol, localizado na Avenida Engenheiro Olavo Alaysio de Lima, próximo à Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André).

A área em questão, que ocupa trecho do Córrego Jundiaí, era antigamente parte de piscinão, que foi fechado pela população e hoje abriga diversas espécies de peixes, como tilápias, traíras, piramboias, pacus, bagres e tambaquis, além de outros animais, como tartarugas, gansos, garças e galinhas.

O acesso e o uso do pesqueiro são gratuitos. Os visitantes, no entanto, só podem praticar a pesca esportiva – isto é, pescar e devolver o peixe ao lago. Placas espalhadas pelo local advertem os pescadores que o peixe é impróprio para consumo. O espaço também abriga diversas árvores frutíferas, como ameixeiras, mangueiras, pitangueiras, laranjeiras, limoeiros e abacateiros, livres para o consumo da população.

O Pesqueiro Girassol não possui um proprietário único e definido, já que é mantido pela população do Santa Terezinha. Edson Barbosa, 29 anos, é apontado pelos frequentadores como um dos administradores do espaço. Ele informa que passou a tomar conta do local após a morte do antigo dono, em 2010. “Ele havia tentado me vender o pesqueiro, mas não comprei. Seis anos atrás, ele veio a falecer e então comecei a cuidar daqui”. Mesmo com a gratuidade do serviço, os visitantes podem contribuir voluntariamente para ajudar a custear a manutenção e a ampliação do local, que deve ganhar uma cobertura para possibilitar o uso durante as chuvas.

Marco Antônio Gilber, 59, frequenta o lugar há mais de 15 anos. “A primeira vez que vim aqui, caiu-me o queixo. É inimaginável um espaço desses no meio de um centro urbano. É um mini paraíso”, disse o aposentado. “Já trouxe a minha neta, as crianças se divertem muito.”

E até mesmo quem não pesca se diverte no local. “A natureza é um ambiente gostoso. A prefeitura poderia ajudar mais aqui, mas quem cuida em geral é o pessoal do bairro”, declarou o pintor Alexandre Almeida, 41.

“Conheci o lugar por convite do pastor da minha igreja, há uns oito ou nove anos, e agora venho todo dia”, contou o aposentado Ênio Peixoto, 88 anos, considerado o frequentador mais velho do pesqueiro. Ele substituiu seu tempo em casa para viver histórias de pescador. “Tem uns peixes de até dez quilos aqui, e eles devem ter um arsenal de anzóis na boca, de tanto que quebram.”

 

População se queixa de galhos de árvores longos e lixo nas calçadas

 

Apesar de os moradores se esforçarem para cuidar do interior do Pesqueiro Girassol, no bairro Santa Terezinha, Santo André, as condições ao redor do espaço não estão boas.

As calçadas da Avenida Engenheiro Olavo Alaysio de Lima frequentemente estão cobertas por objetos descartados irregularmente. Em algumas situações, o lixo, que varia de galhos de árvores caídos a disquetes de computador, chegam a cobri-las completamente, forçando os pedestres a se arriscar e a andar pela rua.

Além das calçadas, o trecho de grama que cerca o córrego Jundiaí, paralelo à avenida, também sofre com o descarte irregular de entulho e detritos de grande porte, como restos de móveis.

Os moradores e os frequentadores do pesqueiro comunitário também se queixam das árvores ao redor da avenida, cujos galhos se estendem até a rua. Eles sugerem a poda.

Procurado pela equipe do Diário, o Departamento de Parques e Áreas Verdes informou que reclamações e solicitações para a vistoria de árvores devem ser encaminhadas pelo telefone 0800 019 1944. O prazo de resposta aos munícipes é, em média, 30 dias. A Defesa Civil informa que nenhuma solicitação sobre o endereço foi feita desde 2016.

Em relação ao lixo, o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) informou, em nota, que faz limpeza no local mensalmente, sendo que a última foi feita entre quarta e quinta-feira. A autarquia recomenda que o local adequado mais próximo para o descarte de lixo volumoso é a estação de coleta Antonina, no número 945 da mesma avenida, esquina com a Rua Alemanha.

O córrego Jundiaí passa por limpeza manual a cada dois meses. A última intervenção foi em novembro, segundo o Semasa, e ainda em janeiro a área deve passar por outra.




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