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Para Serra, episódio das cartilhas é uso da máquina
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17/07/2010 | 07:07
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Durante duas horas, no fim da tarde de ontem, o candidato à Presidência José Serra (PSDB) caminhou pelo centro de Caruaru, no agreste de Pernambuco, apertou mãos, tirou fotos com eleitores e entrou em vários estabelecimentos comerciais num clima de grande receptividade. Ele tomou cafezinho, comeu bolo e milho cozido.

Serra chegou a Caruaru de avião vindo de Recife, acompanhado do senador Jarbas Vasconcellos (PMDB), candidato ao governo de Pernambuco, e do senador Marco Maciel (DEM), candidato à reeleição. O tucano foi recebido no centro da cidade com foguetório e durante todo o trajeto um locutor destacava a sua competência.

Serra afirmou que não ficou surpreso em relação à cartilha feita pela Políticas para as Mulheres, do governo federal, em parceria com o PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), que pede voto para as mulheres e destaca discurso da candidata do PT, Dilma Rousseff.

"Não me surpreende. Mais um capítulo da máquina governamental porque, aparentemente, a candidata não se sente em condições de andar sozinha. Tem sempre que estar apoiada na máquina do governo federal. Isso não é bom para o processo eleitoral. O governo é mantido por impostos de todos nós, de todo o Brasil e não para fazer campanha eleitoral, mas para servir a população. Para a própria campanha, a candidata (ficar) oculta não é uma boa", disse Serra, que voltou a defender a participação de Dilma em debates.

"Nada de confronto, uma coisa gentil baseada em ideias e
em conteúdo. É o que o Brasil precisa hoje", afirmou. Ao ser indagado se entraria na Justiça contra a história da cartilha, Serra enfatizou. "Isso é com o partido."

Indagado sobre o fato de o governador de São Paulo, Alberto Goldman (PSDB), ter citado seu nome em eventos oficiais, Serra disse que Goldman não estava fazendo campanha. "Não preciso que se peça votos para mim em São Paulo. São Paulo é o meu Estado. Eu mesmo vou pedir votos em São Paulo."

MAL-ESTAR - O senador Sérgio Guerra (PSDB) chegou sozinho depois de carro e, apesar de ter acompanhado a passagem de Serra a Caruaru, não entrou no corpo a corpo junto com o grupo do presidenciável. Embora oficialmente não haja rompimento entre ele e Jarbas Vasconcellos, é claro o mal-estar.

Jarbas aceitou o pedido de Serra e se lançou candidato ao governo de Pernambuco para dar ao tucano palanque no Estado. Guerra não aceitou o sacrifício de disputar a reeleição ao Senado na chapa majoritária aliada de Serra. O seu maior argumento: o fato de ser coordenador nacional da campanha de Serra a presidente.

Também causou insatisfação a Jarbas o fato de apenas dois dos 18 prefeitos do PMDB de Pernambuco apoiarem o governador Eduardo Campos (PSB), candidato à reeleição. Sergio Guerra lavou as mãos em relação a isso e disse que vai pedir voto para Jarbas onde for durante sua campanha a deputado federal, mas disse não poder obrigar os prefeitos a fazerem o mesmo.




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