Economia Titulo F-1
GP do Brasil tem transmissão imediata
Bárbara Ladeia
Do Diário do Grande ABC
02/11/2008 | 07:11
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Depois do sinal verde da largada, não há nada que tire os fanáticos por velocidade da frente da televisão. A velocidade, a disputa acirrada e a adrenalina do Grande Prêmio de Fórmula 1 exercem fascínio em muitos e despertam a curiosidade de tantos outros.

No entanto, para quem está na organização do evento é praticamente impossível ficar parado. Além dos mecânicos que executam a manutenção nos boxes, existe uma equipe que quase nunca é vista por quem assiste às corridas. Cerca de 60 profissionais ficam nos bastidores, cuidando exclusivamente do sistema de telecomunicações de todo o Autódromo de Interlagos.

Convidados alocados no Paddock, público nas arquibancadas, equipes em seus boxes, todos estão em constante comunicação. Escuderias trocam informações e dados com as centrais em seus países de origem e com seus pilotos na pista. Neste ano, toda a transmissão de voz, vídeo e dados é feito por uma única rede de tráfego IP (sigla em inglês para Protocolo de Internet). "Tudo tem de ser em tempo real", afirma Danni Mnitentag, gerente de Marketing Corporativo da Embratel, responsável pelo serviço no GP de Fórmula 1.

O sinal é enviado pela Embratel por cabos de fibra óptica, que interligam a central da operadora a Interlagos. Lá, alguns aparelhos distribuem a rede por todo o autódromo, que inclui orelhões, áreas de conexão à Internet, boxes das escuderias, os carros dos pilotos e até a polícia e os bombeiros. Todos os terminais fazem ligações dentro da rede a custo zero.

Mnitentag afirma que a tecnologia já faz parte do cotidiano. "Depois que o link (sinal de rede) chegou, montamos tudo em apenas três horas", comenta. Neste ano, a empresa lançou a mesma solução convergente para o mercado corporativo.

"A estrutura é imensa por conta do volume de equipamentos e da hostilidade do ambiente", comenta Jorge Fraga, professor da área de telecomunicações da Impacta, escola de tecnologia de São Paulo. Segundo o especialista, tanto os motores quanto a dificuldade de acesso e a localização da pista tornam a instalação desse serviço ainda mais difícil.

Contratada pela FIA (Federação Internacional de Automobilismo) através de uma empresa nacional intermediária, a Embratel não divulga o valor gasto com a estrutura criada em Interlagos, prefere não arriscar o custo total do projeto, mas sinaliza o preço de apenas o primeiro dos equipamentos essenciais. "Só o par de computadores, que recebem o primeiro sinal de IP para distribuir pelo autódromo, custa o preço de dois carros Vectra 0km (R$ 70.000, em média)", afirma Fraga.

Tecnologia migra das pistas para os escritórios

Com a bandeira quadriculada preta e branca, encerra-se a corrida e incia-se um novo circuito: a transferência de tecnologia para o dia-a- dia do consumidor.

Por enquanto, somente empresas têm acesso às soluções integradas de voz, vídeo e dados fornecidas para o GP de Fórmula 1. As soluções são adaptadas conforme o tamanho e objetivo da companhia. Telefonia fixa, móvel, internet e transmissão de vídeos são unificadas em uma só rede. "A idéia é construir uma identidade única. Ninguém precisará mais ter um ramal, um número de telefone ou um e-mail. Todos terão apenas pessoa@empresa", exemplifica Danni Mnitentag, da Embratel.

Evolução - Embora não discorra sobre o tema, Mnitentag não esconde que a Embratel vem investindo em pesquisas para tornar esse tipo de convergência acessível também às pessoas físicas e residências brasileiras. "Não temos fronteiras. Investimos onde há potencial de crescimento", afirma.

Quanto às possíveis dificuldades para o desenvolvimento do novo sistema, o executivo é taxativo. Para ele, dentro do universo IP, a evolução será sempre muito rápida. "Construir qualquer coisa sobre IP é muito fácil", comemora. Por isso, em breve, novas soluções devem bater à porta do consumidor final.




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