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SOS Bairros - Falta de segurança e de manutenção preocupa usuários de quadra
André Vieira
Especial para o Diário
10/03/2008 | 07:10
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JARDIM ORATÓRIO/MAUÁ
Um dos poucos locais destinados à prática esportiva no bairro, a quadra ao lado da Escola Estadual Mahatma Ghandi, precisa com urgência de manutenção.

“É lastimável. Está quase abandonada”, lamentou o autônomo João Batista de Paula Lopes, 40 anos.

Além do mato alto no entorno da quadra e do interior bastante sujo e pichado, a falta de segurança preocupa os visitantes.

Segundo Lopes, mesmo durante o dia é possível encontrar pessoas fazendo o uso de drogas no local.

Morando no bairro há duas décadas, ele não gosta que a família freqüente o ginásio. “Tenho quatro filhos pequenos. Meu mais velho joga futebol, mas eu não recomendo que ele use a quadra”, afirmou.

Cansado de ver o ginásio se deteriorando, Lopes, que também faz as vezes de líder comunitário, afirmou que já solicitou às autoridades a devida providência.

CONFUSÃO

Procurada pela reportagem, a Prefeitura de Mauá afirmou que mantém um programa esportivo no local, mas que a manutenção fica a cargo do governo estadual.

No entanto, a Secretaria de Estado da Educação, em nota, informou que não é responsável pela manutenção da quadra esportiva e que o complexo é administrado pela Prefeitura.

JARDIM LAURA/SÃO BERNARDO
Os professores da Escola Municipal de Educação Básica Arlindo Miguel Teixeira, na Estrada dos Alvarengas, não precisam de livros para mostrar aos alunos quais os problemas da falta de saneamento. Em frente à escola, corre um esgoto a céu aberto.

“É uma questão de saúde pública. Há meses reclamo desse problema”, afirmou o aposentado Raimundo Barbosa de Souza, que passa pela área todos os dias.

Em nota, a Sabesp informou que “esteve no local e verificou que existem várias ligações irregulares de esgoto”.

Sem oferecer prazo para a conclusão dos trabalhos, a distribuidora afirmou que irá eliminar os lançamentos clandestinos.

A empresa esclareceu que o sistema sanitário será complementado com a reversão dos dejetos da Bacia do Alvarenga para a Estação de Tratamento de Esgotos do ABC”.

BARCELONA/SÃO CAETANO

Os moradores da Rua Alegre estão insatisfeitos com o estado de conservação nos arredores do córrego Utinga.

De acordo com os vizinhos, há meses não é realizada a limpeza do local, que acumula mato e lixo em excesso.

“O negócio está tão feio que fizemos até um abaixo-assinado. Encaminhamos para a Prefeitura, mas não recebemos nenhuma resposta”, lamentou o aposentado Leonildo Gioli, que colheu cerca de 120 assinaturas.

Morando no bairro há mais de três décadas, Gioli teme que uma nova chuva provoque danos maiores que os causados pelo temporal do último dia 21 de fevereiro.

RESPOSTA

Procurada pelo Diário, a Diretoria de Serviços Municipais de São Caetano informou que a roçagem do mato no bairro Barcelona já começou. Nos próximos dias as equipes alcançarão o trecho às margens do córrego.

A administração garantiu que até o fim desta semana fará a retirada do lixo.

Visão Urbana

Vamos passear de orca enquanto o Metrô não vem

Já faz quase um ano que o Diário registrou um comentário entusiasmado do Prefeito de São Caetano, José Auricchio Júnior: “O Metrô chega afinal a São Caetano”. Mas infelizmente os moradores do Grande ABC ainda terão de esperar um pouco mais para ter acesso a essa modalidade de transporte.

O que está previsto é que até 2010 a Linha Verde do Metrô chegue até a Estação Tamanduateí da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), permitindo aos usuários fazer baldeação e chegar à estação São Caetano, situada a pouco mais de um quilômetro.

Mas desde o último dia 7 de fevereiro as pessoas que residem no Grande ABC contam com um novo serviço que facilita seu acesso para a região localizada na avenida Paulista. É a Ponte Orca, entre as estações Tamanduateí da CPTM e Alto do Ipiranga do Metrô.

Os passageiros, sem qualquer custo adicional, são transportados de van entre as duas estações, diminuindo consideravelmente o tempo de viagem. Como, aliás, já ocorre em três outros locais: entre o Terminal Barra Funda e a Estação Vila Madalena do Metrô, entre as estações Cidade Universitária da CPTM e Vila Madalena do Metrô, e entre a Estação Jabaquara do Metrô e o Zoológico de São Paulo.

Embora funcionem apenas nos horários de pico, esses serviços beneficiam muitas pessoas e constituem alternativas válidas para reduzir os sacrifícios dos moradores de uma região cujos dirigentes e elites, a despeito do desespero que já sentem com os congestionamentos, ainda não conseguem conferir a devida atenção ao transporte público.

Cabe, pois, refletir sobre medidas como essas com o objetivo de encontrar alternativas para tornar mais humanas as condições dos moradores de nossas cidades, que atualmente são obrigados a sacrificar em prol da locomoção muitas horas que seriam dedicadas às atividades de trabalho, estudo e lazer.

Uma das atitudes que se pode propor é a intensificação dos debates acerca desse problema.

E seria muito sugestivo se o local escolhido para a realização desses debates não dispusesse de estacionamento.

Dessa forma, administradores públicos, empresários técnicos e outros participantes ficariam provavelmente mais sensibilizados com esse grave problema urbano que continua penalizando principalmente os mais humildes.

Antonio Carlos Gil é sociólogo, doutor em Ciências Sociais e em Saúde Pública e professor de Sociologia Urbana e Regional no Programa de Mestrado do Imes (Universidade Municipal de São Caetano do Sul).




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