O PSD de Ribeirão Pires pode conquistar espaço na administração de Saulo Benevides (PMDB). A afirmação é de Koiti Takaki, futuro secretário de Governo e chefe da equipe que define o secretariado.

O Diário revelou ontem com exclusividade que o capitão da equipe peemedebista está filiado ao PSD. O apoio seria discutido posteriormente, após o prefeito eleito tomar posse. "É um processo natural da política. Não podemos descartar essa possibilidade", afirmou o pessedista. O único vereador eleito pelo partido para próxima legislatura, José Nelson de Barros, declarou apoio ao PMDB dois dias depois da eleição.

O próximo secretário de Governo pretende conversar com o comandante do Legislativo e vice-presidente do diretório municipal, Gerson Constantino (PSD), para articular espaço na administração. Porém, já deixou claro que uma secretaria ficaria complicada no momento, pois restam poucas Pastas e muitos aliados para serem acomodados.

Por outro lado, Koiti não escondeu a mágoa que ainda sente da coordenação estadual do PSD, capitaneada por José Police Neto (PSD). Em 2011, o chefe do grupo peemedebista recebeu o diretório municipal e garantiu que o partido ficaria na coligação de Saulo no pleito.

Porém, em meados deste ano, Police Neto veio a Ribeirão e fechou aliança com o PT, que ofereceu a vice da prefeiturável Maria Inês Soares para Gerson. "Retardaram um projeto que eu tinha. Hoje eles poderiam ser vitoriosos", lamentou.

O episódio municipal causou racha na coordenação estadual do PSD. O atual coordenador, deputado estadual José Bittencourt (PSD), oficializou aliança com o PMDB na cidade, mas Police Neto, articulador pessedista na Região Metropolitana, fechou com o PT.

Desde então, especula-se que o parlamentar será destituído do cargo e Police chefiaria o trabalho com ajuda de Gerson para comandar a legenda nas sete cidades. Bittencourt encaminhou ofício para Police cobrando um posicionamento. "Falta diálogo entre a gente e precisamos resolver. Estou aguardando a resposta. Meu compromisso é com o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab", destacou o deputado.

Police esteve no gabinete de Gerson ontem pela manhã, mas não falou com a imprensa. Procurado pela equipe do Diário, não foi localizado para comentar o imbróglio da coordenação.

Koiti explicou que não se desfiliou do PSD por falta de tempo e que o futuro será decidido no ano que vem. "Estávamos na campanha tumultuada. Não tive tempo de correr atrás da desfiliação", alegou.