Esportes Titulo Londres 2012
Boxeadora dispara contra dirigente

Bronze, Adriana Araújo diz que medalha serve para calar
a boca do presidente da Confederação Brasileira de Boxe

Por Das Agências
09/08/2012 | 07:00
Compartilhar notícia


A centésima medalha brasileira na história em Jogos Olímpicos veio com muita polêmica. O bronze de Adriana Araújo no boxe feminino no peso leve (até 60 kg), após derrota estranha para a vice-campeã mundial, Sofya Ochigava, ontem, serviu como "cala boca" para o presidente da CBBoxe (Confederação Brasileira de Boxe), Mauro José da Silva, segundo definiu a própria atleta.

"Ele já me menosprezou muito, várias vezes. Disse que eu não tinha condição nenhuma de me classificar (aos Jogos Olímpicos). Só para calar a boca dele, me classifiquei e conquistei a medalha. O Brasil precisa saber o que a gente passa na Seleção. Ele falou que eu não tinha capacidade nenhuma. Mas nunca dei ouvido às coisas que falou. Ele já me humilhou várias vezes, me tirando da equipe", disparou a pugilista.

Pelas regras da entidade, Adriana foi obrigada a deixar a terra-natal Salvador para treinar com a Seleção Brasileira em São Paulo, sem o técnico pessoal Luiz Dórea. "Ele (presidente da confederação) disse que se ele morasse no Amapá, a Seleção seria lá. Em outros esportes, cada atleta fica em seu Estado, com o próprio treinador e se reúne um pouco antes das competições", desabafou.

Luis Dórea, que está no Brasil, criticou Mauro e disse que ele "caiu de paraquedas" na CBBoxe.

Apesar dos ataques da lutadora, o presidente minimizou as palavras, mas fez ressalva. "Isso são interesses políticos, teremos eleições em janeiro na confederação. Mas nada vai tirar o brilho da conquista da medalha dela", garantiu. "Como ela poderia estar aqui, se eu não acreditava nela?", ironizou.

LUTA ESTRANHA

Os dois primeiros rounds da semifinal foram bem equilibrados, com pequena vantagem russa, por 8 a 6. No terceiro, porém, Adriana foi mais incisiva e desferiu vários golpes efetivos contra a adversária, mas, estranhamente, os árbitros deram derrota na parcial, por 5 a 3.

No último round, Ochigava soube segurar a agressividade da brasileira e assegurou o resultado final por 17 a 11. "A pontuação foi injusta, mas lutamos também contra os juízes", lamentou Adriana Araújo.

No boxe, os dois perdedores nas semifinais ficam coma medalha de bronze.


Modalidade conquista terceira medalha para o Brasil

De coadjuvante a protagonista. Foi assim que o brasileiro Yamaguchi Falcão fez história ao bater ontem o cubano Julio La Cruz Peraza - atual campeão mundial -, na categoria meio-pesado (até 81 kg), pelas quartas de final, e assegurar ao menos a medalha de bronze. Ele se junta ao irmão Esquiva Falcão, que também está classificado à semifinal, no peso-médio (até 75 kg).

"É emoção total. Não apenas por ter conseguido a medalha, mas por vencer o cubano, que é o melhor do mundo. É honra não só para mim, mas para a família Touro Moreno (apelido do pai dos boxeadores, o ex-pugilista Adegar Falcão) completa", destacou Yamaguchi.

Ele retorna ao ringue em busca do vaga na final amanhã, contra o russo Egor Mekhontcev.


Chinês diz que vitória de Arthur Zanetti foi roubada

Huang Yubin, técnico da seleção chinesa de ginástica, não aceitou com naturalidade a derrota do pupilo Chen Yibing para Arthur Zanetti na final das argolas nos Jogos Olímpicos. Inconformado com os critérios da arbitragem, ele soltou comunicado considerando que o resultado foi forjado a favor do brasileiro, usando palavras fortes e comprometedoras.

"Só posso dizer que esta medalha não foi conquistada de maneira honrosa pelo Brasil. Só posso dizer que 6 de agosto de 2012 é uma noite obscura na história da ginástica", declarou ele. "A história não pode ser modificada e a derrota permanecerá no coração. O que me deixa feliz é que Chen Yibing mostrou o espírito de um verdadeiro ginasta chinês. Para mim, por muito tempo, quando houver provas de argolas todos os ginastas terão duas imagens na cabeça. Uma da perfeição de Yibing, e outra da apresentação do brasileiro", disse.

Segundo o treinador, tanto a nota do chinês como a do brasileiro não representaram a realidade. "Quando eu vi que Chen Yibing havia tirado apenas 15.800, senti mau pressentimento, porque a pontuação dele estava muito abaixo do que havia apresentado. Depois, todas as notas foram diminuídas, restando apenas o atleta brasileiro para superá-las. Pareceu que se o atleta brasileiro não caísse, o ouro seria dele. Eu não esperava isso. Roubaram o ouro de Chen Yibing!", esbravejou.

Apesar de criticar duramente o critério dos árbitros, o treinador exime de culpa a organização dos Jogos, mas pede que o fato seja avaliado e julgado pelas entidades competentes, mesmo estando certo de que não tem como mudar o resultado de Londres.

"Quando questionamentos e discordâncias acontecem nas competições, todos os atletas, técnicos e juízes devem ter padrão de arbitragem. Quando os atletas cometeram erros, eles foram penalizados, e os resultados sempre foram alterados. Agora, quando a ginástica tem resultado tão injusto, o COI (Comitê Olímpico Internacional), a FIG (Federação Internacional de Ginástica) e as organizações associadas também não deveriam investigar os juízes e os resultados?", indagou.

A caminho do Brasil, Arthur Zanetti não respondeu as acusações, o que deve fazer na entrevista coletiva que dará hoje, assim que chegar ao País. Em seguida, o medalhista irá para São Caetano, onde será recebido com grande festa, com direito a carreata em carro do Corpo de Bombeiros.


Poliana Okimoto vive expectativa por medalha

A paulista Poliana Okimoto disputa hoje, a partir das 8h, a maratona aquática dos Jogos Olímpicos de Londres em busca de medalha inédita para o Brasil. A prova de 10 quilômetros será disputada no lago Serpentine, no Hyde Park, e a brasileira - sétima colocada em Pequim-2008 - terá 24 adversárias para chegar ao lugar mais alto do pódio. No entanto, o local da prova favorece a nadadora, afinal não terá de lutar contra a força das ondas.

"Se a Poliana estivesse disputando no mar, com muita marola, iria sentir demais (a temperatura) por conta das braçadas dela, que são de piscina. Isso é uma coisa que não vamos encontrar por aqui, o que é muito bom", avaliou o técnico Ricardo Cintra que, por outro lado, destacou ponto negativo. "Onde vai ser a prova tem uns obstáculos naturais, que são os patos. Parece que, oficialmente falando, a organização não pode tirar eles de lá. Ouvimos falar que haverá gavião para afastá-los", emendou.

Confiante, Poliana se diz preparada para conquistar pelo menos o bronze. "Estou tentando fazer o meu máximo e é assim que eu vou entrar na prova. Estou entre as primeiras do mundo e tenho chance de ganhar medalha para o Brasil. Entretanto, vou entrar sem pensar no resultado e, sim, em fazer boa prova, porque o resultado é a consequência de todo o treinamento que eu fiz", afirmou a nadadora, medalha de prata nos Pan-Americanos de 2007 e 2011, bronze no Mundial de 2009 e campeã da Copa do Mundo de 2009.

Okimoto está em Londres desde o dia 27 para se ambientar ao fuso horário e temperatura.


Atletismo tem dia ruim com eliminação de brasileiros

O dia foi péssimo para os brasileiros no atletismo. Grande esperança, Aldemir Júnior, elogiado por Bolt, ficou em quinto na semi dos 200 m e foi eliminado, assim como Bruno Lins.

No salto com vara, Fábio Gomes da Silva errou todas as tentativas e também foi precocemente eliminado. Por fim, Luiz Alberto de Araújo terminou o dia do decatlo apenas na 14ª posição.


Doda e Pessoa vão mal e ficam longe do pódio no hipismo

O Brasil se despediu do hipismo sem medalhas. Ontem, os cavaleiros Doda Miranda e Rodrigo Pessoa iniciaram a segunda volta da final dos saltos em desvantagem, e não conseguiram reverter o resultado. Os dois cometeram faltas importantes durante seus percursos e se despediram de Londres sem chance de pódio. Pessoa terminou em último lugar na final, e Doda ficou em 12º.


Diogo Silva tenta dar a volta por cima na carreira

O brasileiro Diogo Silva inicia hoje a busca pela volta por cima em Olimpíada. Derrotado na disputa do bronze do taekwondo em Atenas-2004, o atleta não se classificou para Pequim, mas tenta em Londres mostrar que, aos 30 anos, ainda tem potencial para trazer medalha para o Brasil.

A partir das 7h45, ele terá pela frente Dimitriy Kim, do Uzbequistão, na categoria até 68 kg. "Vou entrar para fazer a primeira luta como se fosse a final", disse ele.


Única brasileira na modalidade estreia hoje na arena

O Brasil terá apenas um representante na luta livre. As expectativas estão depositadas em Joice Silva, que faz parte da categoria até 55 kg e realizou a preparação final na cidade de Marquise, na França.

Beneficiada pelo sorteio, ela não precisou disputar a primeira rodada. Assim, estreia hoje contra a vencedora do confronto entre a venezuelana Marcia Yuleisi Andrades Mendoza e a russa Valeriia Zholobova, que entram no arena às 9h (de Brasília).




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;