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Laudo diz que Paço de Santo André deve ser cercado imediatamente

Ação é recomendada para proteger pedestres de detritos que podem cair do prédio do Executivo

Por Cadu Proieti
Do Diário do Grande ABC
17/07/2013 | 07:00
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Laudo realizado pela empresa Falcão Bauer para identificar as atuais condições do Paço de Santo André diz que a Prefeitura deve isolar imediatamente áreas no entorno do prédio para garantir segurança dos pedestres que passam pelo local. De acordo com o estudo, existe possibilidade de deslocamento do revestimento cerâmico das fachadas, com iminência de queda e risco crítico.

O levantamento, que custou R$ 382,1 mil, foi entregue à administração municipal no dia 4 de junho. Desde então, o edifício não foi cercado com proteção aos populares. Em fevereiro, o Diário noticiou que um pedaço de concreto de aproximadamente um metro de comprimento caiu da estrutura da janela do 13º andar do prédio do Executivo. Na ocasião, ninguém se feriu.

Apesar de o laudo orientar que o cercamento do espaço seja feito imediatamente, a Prefeitura alega que não há necessidade de isolamento. “Essas áreas com possibilidade de desplacamento foram apontadas durante a vistoria da Falcão Bauer. A partir desse momento, começamos processo de isolamento do prédio nos fins de semana para fazer vistoria em todos os andares e tirar os materiais com risco de queda. Já fizemos isso em 80% do edifício”, disse o diretor do Departamento de Apoio Administrativo, Rafael Procópio Colonato.

O diretor garante que os 20% que faltam ser retirados não geram riscos aos pedestres que transitam por ali. “Os locais mais críticos foram priorizados. Se houver necessidade, vamos tirar mais materiais. Inicialmente, isso não foi identificado”, justifica.

Além do risco de queda de detritos, o laudo aponta que “o número de anomalias inerentes à estrutura da época de sua construção é bastante grande e tem sua decomposição em constante avanço.” Um dos exemplos é processo de corrosão nas armaduras da caixa d’água – localizada no 21° pavimento – em nível avançado. “As manchas de umidade encontram-se sob laje de fundo da caixa d’água, denotando problemas na impermeabilização da mesma”, diz o estudo.

O levantamento mostra que é necessário recuperar as áreas citadas dentro de seis meses. O mesmo prazo é dado para que seja realizado projeto de adequação para reparos nos pilares do elevador. As duas situações são classificadas como de risco severo.

De acordo com Colonato, a Prefeitura está prestes a lançar edital para contratação de empresa que fará a restauração dos locais citados, inclusive da fachada, ao custo aproximado de R$ 4 milhões. No entanto, não há previsão para início das obras.

Apesar dos problemas apontados, o laudo diz que o prédio apresenta coeficiente de segurança “aceitável para utilização”. 

Em média, uma licitação desse porte leva de três a seis meses. Ou seja, as obras podem começar quando o prazo estipulado no laudo já tenha se encerrado. As intervenções também dependem de autorização do Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico do Estado de São Paulo), já que o prédio é tombado.
 

Procuradores vão à Justiça contestar resultado de estudo técnico

Os oito procuradores municipais que conseguiram na Justiça serem transferidos para atuar em outro local, alegando receio em trabalhar no Paço de Santo André, prometem entrar com manifestação no Judiciário contestando o teor do laudo. A justificativa dos profissionais é que o estudo técnico não dá totais garantias de segurança as usuários do edifício.

Como há identificação de problemas na caixa d’água, localizada no 21° pavimento, os servidores irão usar como exemplo na ação o desabamento parcial do Edifício Senador, em São Bernardo, que aconteceu em fevereiro do ano passado e resultou na morte de duas pessoas.

Outro fato que será explorado pelos procuradores na Justiça é que o laudo não aponta os motivos dos tremores sentidos pelos usuários do prédio no ano passado. O estudo levanta duas hipóteses: erro na operação de transporte do motor do elevador na época ou ruptura de uma barra da face superior. Além disso, o levantamento diz que há possibilidade de outros “eventos indesejáveis” no futuro. 




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