Moradores pagaram, em média, 4,98% mais caro pelo pacote
de produtos no Grande ABC, segundo levantamento da Craisa
O preço médio da cesta básica da região aumentou mais que o dobro da inflação oficial do País no primeiro semestre.
Os moradores pagaram, em média, 4,98% mais caro pelo pacote de produtos no Grande ABC, segundo levantamento da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André). Por outro lado, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou ontem que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) acumulou alta de 2,32% nos primeiros seis meses.
Considerando apenas os grupo alimentação e bebidas do IPCA, cuja expansão médias dos preços foi de 3,26%, a cesta básica da região continua com inflação superior. Essa comparação deixa a relação entre as pesquisas um pouco mais próxima, tendo em vista que dos 34 itens que compõem a pesquisa da Craisa, 27 são alimentos e bebidas.
O professor de Macroeconomia e História do Pensamento da FSA (Fundação Santo André) Vladimir Sipriano Camilo disse que uma das hipóteses para que a cesta tenha maior elevação é a grande presença de itens relacionados à agricultura. "Ao aumentar um pouco a renda de quem ganha menos, eles compram mais os alimentos agrícolas (como arroz, feijão e carne). Uma hipótese pode ser o aumento dos preços maior pela demanda", diz o professor.
No entanto, Camilo deixou claro que há divergência muito grande entre as pesquisas, o que atenua as chances de discrepância nas inflações. "O IPCA têm muito mais itens que são ponderados e atualizados para que seja um resultado mais próximo. A cesta básica não tem ponderação (só média)", concluiu.
INDICADOR
Conforme a equipe do Diário antecipou, a inflação de junho ficou bem próxima da estabilidade. Segundo o IBGE, o IPCA do mês passado subiu 0,08%. É o menor resultado desde agosto de 2010, quando o indicador subiu 0,04%
O grupo alimentação e bebida teve a maior alta (0,68%) dentro do indicador oficial dos preços às famílias com renda de até 40 salários-mínimos. Mas desacelerou frente a maio (0,73%).
Na contramão, o item transporte teve deflação de 1,18% no mês passado, o suficiente para segurar o avanço do IPCA, com a contribuição negativa de 0,24 ponto percentual no índice geral. No mês anterior, também houve deflação, mas de 0,58%.
Habitação (0,28%), vestuário (0,39%), Saúde e cuidados pessoais (0,38%), despesas pessoais (0,47%) e Educação (0,06%) levaram o indicador para cima.
Junto ao transporte, artigos de residência (-0,03%) e comunicação (-0,01%) frearam a inflação oficial do País.
A batata inglesa teve o maior aumento de junho, com alta média de 17,67%. No ano, o produto já acumula 27,24% de expansão. A segunda posição ficou com o tomate, que encareceu 11,45%, seguido do feijão-mulatinho (7,90%), alho (5,92%) e cenoura (5,8%).
A Grande São Paulo apresento estabilidade nos preços, segundo o IBGE, somente atrás da região metropolitana de Fortaleza, que teve deflação de 0,26%. Belém (0,23%), Rio de Janeiro (0,23%), Salvador (0,18%), Goiania (0,17%), Recife (0,15%), Belo Horizonte (0,07%), Curitiba (0,06%), Porto Alegre (0,06%) e Brasília (0,04%) registraram altas nos preços.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.