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Guaraná reduz fadiga em pacientes
Deborah Moreira
Do Diário do Grande ABC
09/08/2010 | 07:20
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A planta do guaraná foi incorporada pela medicina popular como estimulante, afrodisíaca e tonificante . Agora, estudo da Faculdade de Medicina do ABC constata que o consumo da espécie amazônica diminui a fadiga em mulheres com câncer submetidas à quimioterapia.

A FRC (Fadiga Relacionada ao Câncer) é sintoma comum em pacientes oncológicos e uma das queixas mais frequentes. "O paciente tem a sensação de cansaço físico e mental, decorrente de um processo inflamatório. Os sintomas ficam mais fortes em quem se submete à quimioterapia e radioterapia. As propriedades antioxidantes ou anti-inflamatórias do guaraná podem ser responsáveis por inibir esse processo e amenizar a fadiga", explicou a médica Maira Paschoin de Oliveira Campos, formada pela Faculdade de Medicina do ABC e autora do estudo defendido recentemente em mestrado.

Segundo a pesquisadora, entre 70% e 90% das pessoas submetidas à quimioterapia e radioterapia apresentam fadiga.

O trabalho, orientado pelo professor titular de Oncologia e Hematologia da Faculdade, Auro Del Giglio, foi realizado em 75 pacientes dos hospitais Mário Covas e Anchieta, durante dois anos (2008 e 2009), que tiveram diagnóstico positivo para o câncer de mama. Após a ingestão de 50 miligramas do extrato seco pesado de guaraná duas vezes ao dia, 66% apresentaram melhora.

O grupo foi dividido em dois. Enquanto um tomava o guaraná, o outro ingeria placebo (cápsula sem a substância). Depois de um período, as turmas trocaram.

A médica, que atualmente atua como pesquisadora na Universidade de Miami, nos Estados Unidos, não recomenda a ingestão da substância. "Observamos que as propriedades psicoestimulantes do guaraná não proporcionaram níveis maiores de insônia ou ansiedade no grupo pesquisado. Pelo contrário, houve melhora do sono. Mas não recomendamos que isso seja manipulado entre pacientes até que outros estudos sejam realizados com o tumor na mama e outros tipos de câncer", advertiu.

Não existe tratamento padrão e eficaz para o problema da fadiga, que é descrito como fator de maior impacto na qualidade de vida dos doentes. Trabalhos já realizados indicam que a fadiga pode persistir por até cinco anos após o final do tratamento oncológico.

Pesquisas concluíram que o uso de guaraná pode apresentar fatores favoráveis sobre a memória e funções cognitivas. O Grupo do Cepho (Centro de Estudos em Pesquisa de Hemetatologia e Oncologia) da Faculdade de Medicina do ABC deve desenvolver trabalhos testando a qualidade antioxidante do guaraná.




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