A distância de 350 quilômetros que separa as penitenciárias de Álvaro de Carvalho, região de Marília, e a P2 de Itapetininga, perto de Sorocaba, não impediu que o crime organizado executasse ao mesmo tempo dois irmãos presos nessas unidades.

Roberto Aparecido Junqueira de Souza, 32 anos, estava em Álvaro de Carvalho e Márcio, 30, cumpria pena em Itapetininga. Ambos foram enforcados. Nos dois casos, detentos se apresentaram aos diretores das prisões assumindo os crimes.

Suspeita-se, mais uma vez, que o PCC (Primeiro Comando da Capital) esteja por trás dos assassinatos, praticados terça-feira. Em Álvaro de Carvalho, dois presos se apresentaram como autores do delito. Roberto foi enforcado com uma corda numa sala usada para guardar material esportivo.

Márcio foi espancado e morto durante um princípio de rebelião no fim da tarde de terça-feira. Detentos usaram linhas de costurar bolas de futebol, tiradas de uma oficina do presídio, para enforcá-lo.

O motim estourou quando agentes trancavam as celas, após o banho de sol. Oito funcionários foram trancados no banheiro. Os presos disseram que iam fazer um "acerto".

Quando soltaram os funcionários, Márcio estava morto no corredor. Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária de São Paulo, dois presidiários assumiram o crime.