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Nepotismo em Mauá ainda na mira do MP
Sérgio Vieira
Do Diário do Grande ABC
04/07/2007 | 07:15
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A prática do nepotismo (empregar parentes) na Câmara e na Prefeitura de Mauá voltou a ser alvo do Ministério Público. Há pelo menos um ano a promotora de Justiça Adriana Ribeiro Soares de Morais tem tentado, sem sucesso, obter a relação de parentes do prefeito Leonel Damo (PV) que trabalham no governo.

A última tentativa foi em abril, mas, como os demais pedidos, ainda não foi encaminhado à promotora. A Prefeitura diz que respondeu ontem o ofício. Adriana, garante que não recebeu o documento.

Antes de atender à solicitação, Damo aumentou a lista do nepotismo na administração: no mês passado, trouxe o seu sobrinho, Antônio de Carlos de Lima (PP), para comandar a Secretaria de Governo.

Adriana lamenta a demora do chefe do Executivo em atender ao MP. “É inaceitável esse desrespeito com o erário público.” Ela também quer evitar o nepotismo cruzado, ou seja, quando um parente de vereador é contratado na Prefeitura e vice-versa.

Há pelo menos quatro casos explícitos da prática: o secretário de Obras Admir Jacomussi é pai do vereador Átila Jacomussi (PV); Manoel Lopes (DEM) tem sua mulher Ângela Donatiello Lopes como secretária de Educação; o secretário de Desenvolvimento Econômico, Sidnei Polisel, é irmão do vice-presidente da Câmara Carlos Alberto Polisel (PSDB), e Silvia Regina Grecco, da Assistência Social, irmã do vereador Edgar Grecco (PDT).

No último mês, Adriana passou a questionar o presidente da Câmara, Alberto Betão Pereira Justino (PSB). Tudo por conta, segundo ela, do “descaso” do socialista em responder à sua solicitação. “Ele não atendeu ao meu pedido, dizendo que estaria descumprindo o Regimento Interno. Isso é um absurdo.”

Agora, a promotora requisitou de cada vereador, em até 10 dias, a lista dos parentes. “Se eles não atenderem, estarão sujeitos a pena de reclusão de um a três anos, por omissão ou retardamento de dados ao MP.”. Adriana garante que entrará com queixa-crime contra quem não atender à requisição dentro do prazo.

“Quando contratamos um funcionário, não perguntamos se ele é parente de algum vereador. Por causa disso, não tenho como saber”, defende-se Betão.

Apesar de garantir que irá responder ao MP, o parlamentar não pretende afastar os servidores ligados a parentes de vereadores. “Tenho respeito à promotora, mas só farei isso se houver uma legislação que nos obrigue a demitir”, diz Betão, que admite ter dois parentes no Legislativo: o irmão José Justino, que trabalha em seu gabinete, e seu cunhado Itiro Higashi, que é diretor da Câmara.



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