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Cautela na Black Friday é a aliada, diz Fernando Capez

Diretor executivo do Procon alerta a descontos ‘mirabolantes’ e diz que ‘combustível’ dos criminosos é a ganância da vítima

Francisco Lacerda
Do Diário do Grande ABC
25/11/2021 | 00:01
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Reprodução


A migração dos delinquentes das ruas para as redes sociais é uma das preocupações do diretor executivo da Fundação Procon de São Paulo, Fernando Capez, nesta Black Friday. O gestor participou ontem da live do Diário com dicas para evitar frustrações em compras on-line e o que fazer ao cair em golpes na internet. 

Integrante há mais de 30 anos do Ministério Público, Capez revela que foram quase 2 milhões de reclamações ao Procon-SP relacionadas ao comércio eletrônico, o e-commerce, a compra feita a distância, por telefone ou internet, em seis meses. O órgão de defesa do consumidor tem convênio com cerca de 400 municípios, “porta aberta, funcionando”, diz ele. 

Capez sugere que o consumidor, antes de efetuar a aquisição, pesquise no site do próprio Procon, no qual há relação de aproximadamente 150 empresas com restrições. Mas a cautela ainda é grande aliada. “O combustível do estelionatário é a ganância da vítima, que acha que só ela é esperta, que só ela vai fazer grande negócio. Mas esquece que ninguém entra no comércio para fazer caridade. O que move a atividade empresarial é o lucro. Se o preço está abaixo do razoável, resista, porque pode ser que você não receba o produto”, alerta o jurista.

Capez propõe também que, antes do ato, seja feita lista com prioridades do que é necessário comprar. O preço total do produto, acrescenta, também tem de ser checado. “Tem muito desconto maquiado, a famosa metade do dobro. Não se impressione com os descontos, porque, às vezes, a empresa foi aumentando devagarinho.”

Verificar endereço da empresa com a qual negocia, procurar saber o CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica), não responder a ofertas “mirabolantes”, averiguar o preço real do produto já com fretes e taxas embutidas também são dicas para evitar de se constranger depois. “Porque haverá bombardeio de oferta” e, provavelmente, o consumidor vai sair da Black Friday endividado, vai tomar golpe e perder dinheiro.” 

“ O primeiro alerta é em relação a sites falsos, empresas que não existem, em que o site é maquiado, ou é cópia muito bem feita de grandes empresas, grandes plataformas, ou a criação de nova empresa, como arara, só para dar golpe”, informa o jurista.

As plataformas digitais, segundo ele, são os setores mais problemáticos no momento da compra. “A Facily teve 160 mil reclamações de não entrega nos últimos seis meses. O Mercado Livre teve um monte de reclamação. O Alibaba, a mesma coisa. E a Shopee deu problema. Todas as plataformas, de maneira geral, dão problemas”, comenta.

Os artigos mais consumidos nesta data são, de acordo com Capez, tênis, peças de vestuário e eletrônicos. Ele ensina que, caso sinta-se engando, o consumidor tem de fazer a reclamação no site do órgão de defesa do consumidor. “Vai abrir a página; clique na barra ‘Faça aqui sua reclamação’. Ao clicar, vai gastar dois minutos, e receber número de protocolo. O Procon vai ajudar.” 

Outra questão que merece cuidado por parte do consumidor, diz, são as transações efetuadas pela chave pix. “Estou peitando o BC (Banco Central), discutindo com os diretores, porque criaram produto sem falar com as autoridades de segurança pública. Explodiram os sequestros relâmpagos e os latrocínios, que são os roubos seguidos de morte, ligados ao pix. O Procon sugere a transferência de valores acima de R$ 1.000 só para contas pré-cadastradas com antecedência de pelo menos 24 horas. Se tomar golpe de R$ 4.000, por exemplo, não vai conseguir passar esse valor. Só depois de 24 horas, depois consultou. O BC não aceitou a sugestão. Pix é para substituir a transferência por dinheiro, tomar café na padaria, pagar o sorveteiro na praia, o Uber, o táxi. Para contas grande tem de se planejar”, finaliza.

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