O dentista Fábio Nakano, 25 anos, de São Bernardo, embarca quinta-feira para a Rússia com outros 31 estudantes brasileiros que farão cursos de graduação e pós-graduação por meio de intercâmbio. Nakano, que não fala uma única palavra em russo e não tem conhecimento do alfabeto cirílico, usado por algumas línguas eslavas, como o russo, faz parte de um pequeno grupo de estudantes brasileiros que escolheu o país como destino para intercâmbio estudantil. Ele deverá ficar 15 meses em um curso preparatório e só em 2008 deverá ingressar na prestigiada Academia Médica Sechenov, de Moscou, considerada uma das melhores faculdades de Medicina do mundo.

A diretora de admissão da Aliança Russa de Ensino Superior, Brigitte Carolina Tellez, disse que o programa de intercâmbio estudantil entre universidades russas e estudantes brasileiros começou há três anos e, neste período, 152 pessoas deixaram o Brasil para estudar na Rússia. De acordo com Brigitte, o programa na América Latina está em vigor há nove anos e mais de mil alunos de países como Colômbia, Argentina e Uruguai já participaram.

Para estudar na Rússia, os interessados precisam passar por um programa de seleção e estarem dispostos a pagar parte dos estudos, da moradia e da alimentação.

Nakano, que descobriu o caminho da Rússia fazendo uma pesquisa na internet, prevê gastos de US$ 1,5 mil por semestre com o custeio da faculdade e gastos totais de R$ 1 mil por mês, incluindo alimentação, moradia e transporte no país.

Nakano, que confessa não saber nada da Rússia além de história básica do país, afirma estar com boas expectativas. “Eu sempre quis fazer Medicina e acho que o aprendizado cultural na Rússia vai ser enriquecedor.”