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Bicadas de tucano na pandemia
Fabio Martins
26/03/2021 | 04:16
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Os políticos do PSDB ocupantes de cargo público no âmbito paulista têm se desentendido com frequência nas últimas semanas em decorrência das linhas adotadas na tentativa de conter o avanço da pandemia de Covid-19. Sem contar as bicadas entre os governadores João Doria (PSDB) e Eduardo Leite (PSDB, Rio Grande do Sul) – que se estranharam, ambos cotados à disputa presidencial –, houve atrito, recentemente, protagonizado por Doria com o prefeito da Capital, Bruno Covas (PSDB). Doria criticou Covas por antecipar feriados sem aviso e disse que faltou bom senso. Covas rebateu falando que o senso que falta é o de urgência. Desta vez, o presidente do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC e prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB), condenou a ausência de apoio efetivo do Estado para eventual lockdown na Região Metropolitana, classificando o tratamento dado como desrespeito. Titular de Desenvolvimento Regional do governo Doria e presidente do tucanato no Estado, Marco Vinholi alegou que as cidades possuem autonomia para endurecer regras, e que o Palácio dos Bandeirantes dará suporte àquelas que entenderem a necessidade do procedimento. Não houve, contudo, resposta quanto à condução do transporte público. Enfim, em comum, a relação com Doria, considerada sem diálogo, levando em conta peso de questões político-eleitorais.  

Postura

 Ex-chefe do Executivo de Mauá, Atila Jacomussi (PSB) vem utilizando as redes sociais para pautar postura de oposição ao governo de Marcelo Oliveira (PT). Sem cargo no momento, o socialista posta vídeos constantemente tecendo comentários sobre as ações do petista à frente do Paço, como críticas por não reerguer o hospital de campanha na cidade, além da questão das vacinas. Ao mesmo tempo, já sinaliza que estará nas disputas eleitorais vindouras. Essa frase resume: “Sou um soldado do povo. Quando chamado, estarei pronto”, diz uma das mensagens. Chama atenção também que, na informação de seu perfil no Instagram, ele ainda cita ser “prefeito de Mauá”, com a descrição que “ninguém fez tanto por Mauá em tão pouco tempo”. 

Desdobramentos 

 Primeira suplente do Cidadania, Magali Aparecida Selva Pinto necessitou aguardar decisão sobre ação judicial para assumir o mandato na Câmara de São Caetano. Foram quase três meses de hiato, desde a saída do presidente do Legislativo e correligionário, Tite Campanella, prefeito em exercício – havia impasse jurídico da legalidade e formalidade da suplente do partido exercer o posto, uma vez que o titular, Tite no caso, não está licenciado do cargo. “A Câmara de São Caetano se faz representativa com 19 vereadores. Sendo assim, a Professora Magali buscou o entendimento na Justiça e entrou com mandado de segurança, que concedeu a ela o direito de assumir. A presidência da casa fez valer a decisão judicial”, sustenta a assessoria do Legislativo.

 Viagem para Brasília 

 O vereador Paulo Chuchu (PRTB), de São Bernardo, relatou ter viajado no fim de semana até Brasília, com verba de seus vencimentos, para requisitar financiamento de ações de combate à Covid-19 na cidade. “Ao contrário do que muitos dizem que vivo na aba do governo federal, o que poucos sabem é que no domingo fui até Brasília, para buscar recursos para a saúde (...) Fui até o Ministério da Saúde, no qual protocolei a requisição para mais 40 leitos de UTI, para mais recursos e atenção ao município”, disse, sem falar sobre sinalização da pasta ou prazos. Reiterou, na sequência, que a União repassou R$ 25 milhões para equipar o Hospital de Urgência. “Estou deixando a questão partidária ao lado e pensando no morador.” 

 Danos morais

 Em live realizada por escritório de advocacia, o vereador Eduardo Leite (PT), de Santo André, debateu questões sobre danos morais a anistiados. Na transmissão, o petista relatou que a casa de sua avó, na Vila Guiomar, onde havia discussões políticas, foi metralhada pelo Dops (Departamento de Ordem Política e Social). Ele disse que a tia precisou morar na Argentina por conta da perseguição durante a ditadura, bem como outros dois tios sofreram com a repressão: Silvio Leite fugiu para o Chile e João Batista, preso e torturado. Aqueles que perderam seus empregos ou propriedades após passarem por exílio, tortura ou prisão por perseguição ideológica, obtiveram reconhecimento para indenização por parte do Estado por danos materiais.




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