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País supera 300 mil óbitos por Covid

Marca seria ainda maior não fosse mudança no sistema do Ministério da Saúde; com mais 50 perdas, região tem média de 44 mortes por dia

Anderson Fattori
25/03/2021 | 00:25
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Um ano e um mês depois que a cidade de São Paulo confirmou o primeiro caso de Covid no Brasil, em 26 de fevereiro do ano passado, o Brasil superou a triste marca de 3.000 batalhas perdidas para a doença. Com os 2.009 óbitos informados ontem pelo Ministério da Saúde, são 300.685 vítimas fatais, o equivalente à população de Tocantins, por exemplo.

A marca é alcançada em momento de evidente descontrole da pandemia, com recordes de mortes por dia sendo batidos um atrás do outro. Na terça-feira, pela primeira vez desde o início da pandemia, o País registrou mais de 3.000 óbitos em período de 24 horas, com 3.241 mortes confirmadas.

Os números fazem do Brasil o epicentro da pandemia. De acordo com dados da plataforma Our World in Data, ligada à Universidade de Oxford (Reino Unido), na semana passada o País foi responsável por 27% dos óbitos por Covid-19 em todo o mundo.

Para Eliseu Waldman, epidemiologista e professor da Faculdade de Saúde Pública da USP (Universidade de São Paulo), a meta agora é minimizar o estrago da pandemia. “Medida importante a ser tomada é o lockdown em boa parte do País. Isso pode diminuir a transmissão do vírus e aliviar a pressão no sistema de saúde. Também é fundamental repor os insumos básicos e medicamentos, pois os médicos não terão condições de atender. E também precisamos acelerar o processo de vacinação”, comentou.

As 3.000 mortes foram alcançadas em dia em que as secretarias municipais e estaduais de Saúde foram surpreendidas com mudanças no sistema no Sivep-Gripe (Sistema de Vigilância Epidemiológica da Gripe) do Ministério da Saúde, que passou a exigir o número do cartão do SUS (Sistema Único de Saúde) e se a vítima tinha ou não CPF. Com isso, os dados de mortes informados ontem estão subnotificados. Depois de enorme repercussão, a pasta federal voltou atrás e colocou as novas informações como opcionais.

O reflexo foi sentido nos dados do Estado, que registrou 281 óbitos nas últimas 24 horas, uma queda de 72,4% em relação ao dia anterior, quando foram 1.021. A tendência é a de que hoje os dados que ficaram represados em razão da mudança sejam colocados no sistema.

Com os números de ontem, o Estado contabiliza 68.904 vítimas e 2.352.438 infectados, sendo que 2.038.783 estão recuperados. São Paulo chegou a 30.359 pacientes internados, com 12.588 em leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e 17.771 em enfermaria. As taxas de ocupação bateram recorde com 92,3% dos leitos de UTI do Estado e 92,2 da Grande São Paulo preenchidos.

No Grande ABC, as cidades registraram ontem mais 50 mortes e 1.070 casos de coronavírus, chegando ao total de 5.359 vítimas fatais e 149.452 pessoas que foram infectadas, sendo que, destas, 135.769 já estão recuperadas. A média de mortes na região nesta semana, que começou no domingo, é de 44 por dia, a maior de toda a pandemia. (com Agências) 




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