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Grande ABC tem terceira maior taxa de infecção de SP

Índice está em 1,22, o que significa que 100 contaminados transmitem o vírus para 122

Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
03/03/2021 | 00:01
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O Grande ABC registra a terceira maior taxa de transmissão da Covid-19 no Estado. O índice está em 1,22, o que significa que 100 pacientes infectados podem passar o coronavírus para outras 122 pessoas. O número só não é pior que as regiões de Araraquara (1,47) e Araçatuba (1,34).

O índice preocupa muito, já que a região está à beira de um colapso na saúde, com cerca de 88% dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) ocupados, conforme publicou o Diário ontem. De acordo com a taxa, valor acima de 1 representa aumento na transmissão. Quando o índice é igual a 1 é sinal de que a infecção estabilizou, já abaixo, é sinônimo de que menos pessoas estão infectando outras. Os dados são da SP Covid Info Tracker, plataforma de monitoramento da pandemia gerida por pesquisadores da Unesp (Universidade Estadual Paulista), da USP (Universidade de São Paulo) e do Cemeai (Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria).

O infectologista, professor da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC) e consultor da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia) Munir Akar Ayub acredita que a alta na taxa seja reflexo das festividades de fim de ano, como Natal e Ano-Novo, além do Carnaval. “Falta conscientização por parte da população, principalmente. Em seguida vem o cronograma da vacinação, que deveria estar a todo vapor. Acredito que, desta forma, os números só vão começar a melhor no meio do ano, e olhe lá. Já superamos os picos do ano passado com a pandemia e acredito que neste mês o volume de pessoas infectadas seja ainda maior.”

Ainda segundo o especialista, tanto no País quanto no Grande ABC só foram vacinados cerca de 3% da população, índice muito aquém diante da propagação do novo coronavírus. “Essas coisas não são de imediato, até porque, apenas a população mais idosa está sendo vacinada, além dos profissionais de saúde. Aquele que precisa trabalhar, pega duas conduções por dia, trem, está muito exposto e assim ficará por um bom tempo, até ser vacinado”, comentou Munir.

Para o infectologista essa crescente na taxa de transmissão não está atrelada à variante do vírus – o único caso da região segue em investigação em Ribeirão Pires. “Não temos casos confirmados, até porque, para ter certeza é preciso estudar o material genético do paciente. O atraso na vacinação e a falta de cuidado e consciência das pessoas são os causadores desse cenário atual que vivemos.” Quanto ao lockdown o especialista é enfático. “Só seria efetivo se todos ficassem em casa por, ao menos, 15 dias. Enquanto muitas pessoas precisarem sair para trabalhar o vírus se propaga. Se houvesse conscientização, volto a repetir, não estaríamos vivendo isso.” 




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