O presidente da Autoridade Palestina, Yasser Arafat, indicou e o comitê central do Fatah, principal movimento palestino, e o comitê executivo da OLP (Organização para a Libertação da Palestina) deram seu aval para que o atual presidente do Parlamento, Ahmad Qorei, suceda Mahmud Abbas no cargo de primeiro-ministro palestino. Arafat, líderes do Fatah e membros da OLP discutiram a sucessão neste domingo, em Ramallah (Cisjordânia).

Abbas renunciou neste sábado aumentando ainda mais o clima de incerteza quanto aos rumos do processo de paz na região. A situação é ainda mais tensa por conta da tentativa fracassada, por parte de Israel, de eliminar o líder religioso e fundador do grupo radical islamita Hamas, xeque Ahmad Yassin.

A nomeação oficial de Qorei ao cargo de primeiro-ministro deverá acontecer “em breve”, segundo informou um membro do comitê executivo da OLP, Saleh al-Rafat, após reunião da entidade. "O presidente Arafat disse que pedirá a Abu Alaa (nome de guerra de Ahmad Qorei) para formar o novo governo e o comitê executivo deu seu aval", declarou. Ao ser indagado sobre a data em que Qorei poderá ser oficialmente designado no posto de primeiro-ministro, o dirigente respondeu: "Pode ser esta noite ou amanhã de manhã (segunda-feira)".

O oficial disse ainda que a decisão de Arafat de nomear Qorei precisa ser aprovada pelos órgãos deliberativos da Fatah e da Organização pela Libertação Palestina (OLP). Mas isso não seria problema, já que o próprio partido de Arafat (o Fatah) recomendou a indicação de Qorei. "A candidatura de Abu Ala ao posto de primeiro-ministro foi recomendada de forma unânime", disse Abbas Zaki, um dos membros do comitê central.

Aos 66 anos, Qorei foi, junto com Abbas, um dos artesãos, do lado palestino, dos acordos de Oslo de 1993 sobre a automonia palestina. Em 1996, durante as primeira eleições nos territórios autônomos, Qorei foi eleito membro do Conselho Legislativo palestino (CLP) por Jerusalém. Depois, virou presidente desse órgão.

Horas mais cedo, Abbas reagiu à especulação de que ele reconsideraria sua renúncia afirmando que sua decisão não tem volta. Indagado sobre uma possível reconciliação, ele disse que “é muito prematuro falar sobre isso agora. Minha renúncia é definitiva”.