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Jardim Inamar sofre com falta d'água crônica
Caroline Garcia
Especial para o Diário
21/05/2012 | 07:00
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Roupas sujas acumuladas, baldes cheios de água espalhados pelos quintais e torneira seca. Estes são os ingredientes da rotina dos moradores da Rua das Avencas, no Jardim Inamar, em Diadema. A falta de água é crônica no bairro.

As caixas são abastecidas só de madrugada, por volta das 3h. É quando a dona de casa Eliane Estevo Ribeiro da Luz, 49 anos, levanta para encher os reservatórios improvisados. "Balde, lata, banheira de criança, máquina de lavar. O que der para encher eu aproveito."

A dona de casa Severina Pereira da Silva, 65, gasta por semana R$ 24 com galões de água. Ela mantém uma associação que cuida de crianças carentes e a despesa com a conta de água é de cerca de R$ 100. "Com o gasto para comprar água mineral, já não consigo mais manter a conta em dia. Sem contar que a gente abre a torneira e só sai ar."

A explicação que os moradores têm da Saned (Companhia de Saneamento de Diadema) é que o bairro fica em uma das áreas mais altas da cidade e que a água não tem pressão suficiente para chegar às residências.

Para resolver o problema, a Saned informou ao Diário, em outubro de 2010, que três obras estavam em andamento: duas adutoras e o reservatório Eldorado/Inamar.

A companhia confirmou o atraso de mais de um ano para a entrega do reservatório e argumentou que o motivo da demora foi a necessidade de revisão do projeto técnico, além de problemas na execução do contrato.

A companhia, no entanto, afirmou que as obras do Eldorado/Inamar já estão concluídas. O que falta é a setorização da rede de abastecimento. A adutora que trará a água do reservatório Real até o Inamar está com índice de execução de 94%. "São necessárias algumas adequações na rede da região Sul, em termos de dimensão da tubulação e pressão d'água", esclarece a companhia por meio de nota.

A previsão é de que as obras sejam finalizadas até dezembro, regularizando a distribuição na Rua das Avencas.

Enquanto isso, Severina ainda consegue ver a falta d'água com otimismo. "Moro aqui há 32 anos. Quando cheguei não tinha asfalto, luz e telefone. Hoje tem tudo isso, só falta a água."




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