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Casos suspeitos crescem 64%

No Grande ABC, número de pacientes aguardando resultado de exames para coronavírus aumentou em razão do relaxamento de cuidados

Flavia Kurotori
Do Diário do Grande ABC
01/12/2020 | 23:55
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DGABC


Entre outubro e novembro, o número de casos de Covid-19 suspeitos aumentou 64% no Grande ABC, passando de 57.640 para 94.392 pacientes. A região é a sexta do Estado com o maior crescimento de pessoas aguardando diagnóstico. Ao mesmo tempo, os casos e os óbitos aumentaram 29,21% e 18,15%, respectivamente, e as internações tiveram acréscimo de 45%, o terceiro maior índice de São Paulo.

Conforme o Diário tem publicado, as sete cidades enfrentam novo pico da pandemia causado pelo relaxamento de medidas preventivas, tais como no uso de máscara e no distanciamento físico. Os dados são da SP Covid Info Tracker, plataforma de monitoramento da pandemia gerida por pesquisadores da Unesp (Universidade Estadual Paulista), da USP (Universidade de São Paulo) e do Cemeai (Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria).

Exemplo do descuido é que apenas no último fim de semana quatro bares foram lacrado e outros 18 estabelecimentos, multados ou sofreram autuações fiscais após descumprirem regras sanitárias contra a disseminação do novo coronavírus. “Tem gente que não está seguindo o protocolo e está adotando postura negacionista. Existe aumento de casos e de casos graves entre os jovens”, avalia Renato Grimbaum, infectologista e docente da USCS (Universidade Municipal de São Caetano).

José Branco Filho, infectologista do Grupo Leforte e da AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente), acrescenta que jovens que estão saindo com mais frequência de casa acabam levando a doença para as pessoas idosas da família ou, ainda, indivíduos que estavam isolados desde março estão retomando as atividades normais. “Não podemos dar festa em casa, não podemos nos aglomerar. Infelizmente, é a única coisa que podemos fazer até a vacina ser disponibilizada para toda a população”, reforça.
vado na região está em sinergia com todo Estado, onde o governo determinou, na segunda-feira, que haverá retrocesso para a Fase 3 (amarela) do Plano São Paulo. Com isso, os 645 municípios paulistas voltaram a ter restrições na capacidade de atendimento e no horário de funcionamento de comércios e serviços.

A administração defende que a alteração foi baseada em critérios técnicos, porém, foi criticada por ter divulgado a decisão um dia após o segundo turno das eleições municipais. A reclassificação era esperada para 16 de novembro. Entretanto, foi adiada sob a justificativa de que instabilidade no sistema no Ministério da Saúde, que persistiu por duas semanas, poderia impactar nos números, levando a decisões erradas.

Na semana encerrada no sábado, o Grande ABC fechou com 71 mortes a mais do que no período imediatamente anterior. Foi a segunda semana consecutiva de aumento e o maior número desde o período entre os dias 27 de setembro e 3 de outubro. Os casos também encerraram a semana em alta, com 3.636 diagnósticos, a maior quantidade em sete dias desde a semana entre 26 de julho e 1º de agosto. Inclusive, no sábado, a região ultrapassou a marca de 3.000 mortes causadas pelo coronavírus.


 




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